sábado, 5 de novembro de 2016

48 brasileiros são selecionados para seletiva de dança em Nova Iorque

Foto: Renato Hatsushi

Agora, jovens de todas as regiões do país buscam patrocinio para a grande final.

Após dois dias de audições, a seletiva latina americana da Valentina Kozlova International Ballet Compettition, uma das mais importantes do planeta para todo o mundo da dança, que aconteceu, este ano, em São Paulo, apresentou ontem parte dos 48 selecionados, com um baile de gala impecável recheado de atrações conhecidas e apresentações.

Jovens de diversas regiões disputaram, nesta seletiva, a oportunidade de competir por bolsas de estudo em diversas categorias na grande final das audições, que será realizada em junho de 2017, em Nova Iorque. No total foram mais de 240 inscritos. Os estados com mais representantes inscritos foram São Paulo, Santa Catarina, Espirito Santo, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Minas Gerais, além de jovens que vieram do Paraguai e do Perú em busca desta oportunidade.

A emoção tomou conta dos participantes quando foi anunciado a lista dos selecionados. A grande maioria dos jovens selecionados, moram na periferia e não recebem ajuda de órgãos governamentais. Na gala especial 15 dos 48 selecionados, apresentaram suas coreografias impecáveis e arrancaram da plateia que lotou o Teatro São Pedro aplausos intermináveis. As companhias de ballet Adriana Assaf, Adriana Soares, Première Núcleo de Dança, Pavilhão D e muitos outros terão representantes na noite especial.

Entre os membros do júri, estão o coordenador e realizador da seletiva no Brasil, Ricardo Scheir, que possui mais de 450 participações em premiações de ballet pelo mundo; Andrea Pivatto, Eliana Caminada e a americana Victoria Rinaldi, membro da diretoria do Valentina Kozlova International Ballet Fundation. Emocionado Ricardo Scheir desabafou na hora que recebeu o Jubilo de Honra da Camara dos vereadores de São Paulo, das mãos da vereadora Edir Salles. "Fazer arte no Brasil é muito difícil, pouco patrocínio, incentivo quase zero, mas enquanto houver amor à arte, estaremos unidos e realizando eventos como este. É gratificante ver um aluno ir para o exterior e conquistar o mundo, mas seria muito melhor tê-lo em nosso país conquistando aqui seu espaço valorizado." Finalizou o coreografo.

Segundo Victória Rinaldi, os brasileiros são os que mais irão disputar vagas com os fortes candidatos da Coréia e dos EUA. A norte americana, retorna a Nova Iorque com a certeza que ajudou a escolher um grupo forte, coeso e que ama a dança acima de tudo. "Tem que arrepiar. Quando os elementos técnicos estão perfeitos, aí entra a emoção, se arrepiar, é porque tocou a alma", conclui.

Agora a grande maioria dos selecionados buscam patrocínio para conseguir ir a Nova Iorque o ano que vem para competir na grande final. Um dos jovens que se incluem neste processo é Jey Santos, bailarino da Cia de Dança de Cubatão, que recentemente ganhou o prêmio como melhor bailarino no Festival Bravos em Santos. Jey recebe apenas o apoio da prefeitura para as aulas de dança, todas as despesas extras como taxas, estadia e passagens são por conta do próprio bailarino. "Em países como a Coréia, os finalistas recebem do governo toda a ajuda necessária para a competição". Ilustra Scheir.

"Transformar vidas, gerar oportunidades, conscientizar a população que juntos somos mais fortes", esse é o objetivo do projeto segundo Ana Paula, diretora e fundadora do IRAP do Brasil, organização parceira e realizadora da seletiva paulista. Junto com o evento, ainda serão arrecadados kgs de alimento não perecível para o projeto "Natal sem Fome".




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