sábado, 12 de novembro de 2016

TV Brasil estreia documentário sobre as Rádios Nacional e MEC neste sábado

Docudrama celebra os 80 anos das emissoras que marcaram época no rádio

Em homenagem às oito décadas das emissoras Rádio Nacional e Rádio MEC comemoradas em 2016, a TV Brasil estreia neste sábado, 12 de novembro de 2016, às 21h30, o documentário "Alô, Memória - 80 anos das Rádios MEC e Nacional". A produção mescla a linguagem documental com elementos da dramaturgia para apresentar um panorama sobre as emissoras que são referência na comunicação pública.

 Abertura do filme "Alô, Memória - 80 anos das Rádios MEC e Nacional"
Imagem: Divulgação


  
"O documentário resgata e celebra os 80 anos de dois grandes patrimônios da cultura brasileira: as Rádios MEC e Nacional. Juntos, esses dois veículos tiveram um papel fundamental na educação, na informação e no entretenimento da população, trazendo ícones da cultura e grandes atores, que foram o berço da televisão", explica Cida Fontes, Diretora de Produção e Conteúdo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que faz a gestão das emissoras de rádios e da TV Brasil, entre outros veículos públicos.

Imagem: Divulgação


Auditório lotado no programa de Paulo Gracindo na Rádio Nacional Ouvir somente seria pouco. É preciso ver e ganhar novos olhares para homenagear os oitenta anos de história das Rádios MEC e Nacional. Isabel Cristina, Albertinho e Jorge Luís são três jovens com nomes de personagens do maior sucesso da radionovela do país, "Direito de Nascer". Eles se deixam mergulhar numa fantasia radiofônica com imagem, textura e som.

De acordo com a diretora, o projeto concebido inteiramente dentro da EBC teve a colaboração de diversas equipes que se empenharam para dar vida à ideia. "Contamos com a participação de atores convidados, que emprestaram brilho à parte de ficção do programa, gravada em locações marcantes na história das nossas rádios, como o edifício "A Noite" e a antiga sede da Rádio MEC, na Praça da República", afirma Cida Fontes. "É com felicidade que concluímos um projeto inovador dentro da casa, que faz jus a trajetórias tão marcantes na cultura brasileira", completa.

A produção percorre a trajetória da Rádio Nacional e seu brilho: astros e estrelas da radio dramaturgia, do jornalismo, do esporte. Recorda os programas de auditório e de humor que marcaram época no imponente edifício "A Noite", na Praça Mauá. Destaca um passado que influenciou outras rádios e grandes emissoras de televisão do Brasil, que, até hoje, têm na Era de Ouro da Nacional a maior referência.

O longa também mostra como a Rádio MEC nasceu do sonho de um homem: Edgard Roquette-Pinto. Ele queria levar cultura e educação aos cidadãos em todo território nacional. A MEC foi a concretização de seu projeto: poesia, crônica, literatura, folclore, música clássica e instrumental, educação formal ao alcance de todos que se dispunham a ouvi-la.

Com humor e poesia, os jovens personagens costuram essa história com depoimentos de artistas, jornalistas e especialistas. "Alô, Memória - 80 anos das Rádios MEC e Nacional" chega para mostrar que essas oito décadas estão muito presentes e merecem ser revisitadas a todo momento.



Depoimentos e entrevistas

O documentário ainda inclui imagens de arquivo de ícones da cena cultural do país como os cantores Cauby Peixoto e Roberto Carlos, a atriz Fernanda Montenegro e o pesquisador Ricardo Cravo Albin.

Documentário resgata depoimentos de personalidades como Fernanda Montenegro que passou pela Rádio MECA produção conta com a participação de dois radioatores, Daisy Lúcidi e Gerdal dos Santos, que há décadas estão no casting da Rádio Nacional e continuam atuantes na emissora pública até os dias de hoje.

Também concedem entrevista para o filme personalidades como o jornalista João Máximo, o compositor Edino Krieger, o radialista Marco Aurélio Carvalho, a radialista Marlene Blois, a jornalista Magali Prado e o jornalista João Batista de Abreu.

"Alô, Memória - 80 anos das Rádios MEC e Nacional" ainda recupera áudios e vídeos de atrações das emissoras que estão no imaginário popular como o "Repórter Esso" e programas de auditório que lotavam os estúdios e corredores das estações com uma multidão que se aglomerava nas ruas para ver os ídolos.


Ficha Técnica
Ano: 2016. Gênero: documentário. Direção: Carlos Sanches, com Cleo Pequeno, Gabriel Flores e João Antonio Santucci. Assistência de Direção e Preparação de Elenco: Paulo Fernandes. Roteiro: Rogério Sacchi de Frontin, Paulo Fernandes. Supervisão de Roteiro: Simone Melamed. Produção Executiva: Enio Puello. Edição e Finalização: Isabelle Valente, Rodrigo Moraes. Coordenação de produção: Daniel Gontijo. Produção e Realização: Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Inédito. Duração: 56 min. Classificação Indicativa: Livre



Sobre a Rádio Nacional

Sintonizada no AM 1.130 kHz e presente na memória afetiva da população como a emissora que mostrou o Brasil aos brasileiros, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, inaugurada em 1936, tornou-se, já no início dos anos 1940, uma das cinco emissoras mais potentes do mundo. Suas transmissões em ondas médias e em três estações de ondas curtas levaram longe o rádio brasileiro e integraram as regiões mais distantes do território nacional.

Imagem: Divulgação

Estrelas no auditório da Rádio Nacional: Cesar de Alencar, Emilinha Borba, Marlene, Carmelia Alves, Linda Batista, Heleninha Costa e Afrânio RodriguesSímbolo da Era de Ouro do Rádio, a estação desbravou novos gêneros, sistematizou a linguagem sonora e com sua programação plural consolidou as matrizes do rádio popular no país ao reunir na mesma grade, música, informação, humor, dramaturgia, esporte e programas de auditório

Instalada desde na inauguração no lendário Edifício "A Noite", na Praça Mauá, zona portuária da cidade, o mais alto arranha-céu da América Latina nos anos 1930, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro foi o maior fenômeno de comunicação de massa que o país já conheceu. Durante mais de 20 anos, os brasileiros foram guiados por essa antena. Programas como o jornalístico "Repórter Esso" e o humorístico "Balança mas não cai" fizeram história.

As rádionovelas da Rádio Nacional marcaram época a partir da primeira, "Em busca da felicidade", transmitida em 1941. Depois de três anos no ar, foi substituída por "O direito de nascer", trama que chegou a mudar hábitos das pessoas que tinham compromisso marcado com as transmissões da radionovela, posteriormente adaptada para a televisão.

Até meados da década de 1950, o Rádio-Teatro Nacional irradiou 861 novelas, as mais ouvidas do rádio brasileiro, segundo as mais seguras pesquisas de audiência. Pode-se observar que a música popular brasileira foi uma antes e outra depois da Nacional, que se transformou numa verdadeira criadora de ídolos através da realização de concursos como "A Rainha do Rádio", que consagrou diversas cantoras, como Emilinha Borba, Marlene, Dalva de Oliveira e Ângela Maria. Um dos cantores que ficou marcado como símbolo dessa era foi Cauby Peixoto, que enchia o auditória da emissora em suas apresentações.


Sobre a Rádio MEC

Sinônimo de educação, arte e cultura, com destaque para os tradicionais programas de auditórios, a Rádio MEC foi a primeira emissora radiofônica do Brasil. Apesar de ser sucessora da Rádio Sociedade, criada em 1923, a data de 1936 marca a história da estação porque foi naquele ano doada ao então Ministério da Educação e Cultura - com a condição de que a rádio permanecesse fiel ao seu lema cultural e educativo.

Hoje, a emissora está no ar como Rádio MEC AM 800 kHz e MEC FM 99,3 MHz. Fundada por Edgard Roquette-Pinto e Henrique Morize, a Rádio MEC foi pioneira como emissora educativa e fincou as bases para comunicação pública ainda hoje difundida pela rádio. Em 7 de setembro de 1922 foi responsável pela primeira transmissão de rádio no país.

A Rádio MEC possui, hoje, um dos mais importantes acervos do rádio brasileiro, com gravações e programas temáticos. Só o patrimônio de vozes reúne falas de Getúlio Vargas, Luiz Carlos Prestes, Monteiro Lobato, Drummond, John Kennedy, Vinícius de Moraes, Winston Churchill, Baden Powell e Ary Barroso, entre muitos outros. O acervo musical guarda títulos como "Antologia do Choro", "Quadrante", "História do Jazz" e "O humor na História da Música", além de fitas com grandes momentos das músicas brasileira e internacional.

Também fazem parte deste acervo os grandes momentos da poesia e literatura brasileiras, com Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, Rubem Braga e Dinah Silveira de Queiroz, que escreviam crônicas semanais, lidas por Paulo Autran no programa “Quadrante”. A Rádio MEC revelou ao mundo o talento da jovem Arlete Pinheiro, que na Rádio MEC se transformou em Fernanda Montenegro.

No AM, em 800 kHz, a programação musical contempla a diversidade da música popular brasileira, os programas infanto-juvenis, a interatividade com o ouvinte, temas como infância, sustentabilidade, inclusão, questões de gênero e educação, entre outros.

Já ao sintonizar no FM 99,3 MHz, a grade é dedicada quase em sua totalidade à música de concerto, com janelas de jazz, choro e música instrumental. Bach, Mozart, Villa-Lobos, Debussy, Verdi, Beethoven, Ernesto Nazareth, Chopin, Vivaldi, Radamés Gnatalli e vários outros grandes compositores são a alma do repertório da emissora.

A programação diária inclui agendas culturais relativas aos eventos musicais e de artes que em geral ocorrem na cidade, e também, fora do Rio de Janeiro. Além disso, a estação interage com o seu público ouvinte e leva a música clássica para pontos de grande movimento, em transmissões externas. Considerada expoente na música de concerto no país, ela cumpre o seu papel de difusão desse importante gênero. A MEC FM transmite o mais antigo programa de música clássica do rádio brasileiro: "Ópera Completa", no ar há mais de 60 anos.


Serviço:
"Alô, Memória - 80 anos das Rádios MEC e Nacional" – sábado (12), às 21h30, na TV Brasil.

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