Imagens: Divulgação
Por Emanuelle Spack
A última exposição de 2017 no Espaço de Arte
Francis Bacon, da Ordem Rosacruz – AMORC, em Curitiba, vai ao encontro do mês
da Consciência Negra no Brasil e exibe cerca de 20 máscaras que representam
formas e expressões humanas dos povos que vivem nas comunidades tradicionais às
margens do Rio Omo, na Etiópia. A mostra Faces Africanas – Os povos do Rio
Omo pode ser apreciada entre os dias 13 de novembro e 19 de dezembro e a
entrada é gratuita. Os povos do Rio Omo são conhecidos por suas pinturas
corporais que se aperfeiçoaram ao longo dos anos graças as condições geológicas
do local onde vivem, o vale Rift. Essa é uma região vulcânica onde é possível
extrair vários pigmentos naturais que dão origem aos desenhos coloridos que são
estampados na pele desses povos.
Em 2015 o artista plástico, design e historiador
Jair Soares Junior, da cidade de Carmo do Rio Claro - Minas Gerais, montou uma
exposição chamada “Máscaras do Mundo” em que abordava no universo das máscaras
e do mascaramento humano as diversidades expressivas nas mais variadas
culturas. Faces Africanas – Os povos do Rio Omo foi extraída de uma
dessas culturas pesquisadas. A inspiração e a ideia de uma exposição com esse
tema surgiram ainda na composição da mostra anterior, tamanho o impacto da
descoberta.
E pensando nisso, Jair escolheu a capital
paranaense para expor suas máscaras pelo contexto cultural que a cidade
oferece, “Curitiba é uma cidade com forte referencial cultural, onde as ações e
expressões que acontecem nela refletem de maneira positiva no restante do país.
Eu considero que uma exposição em Curitiba abre novas visões e reflexões
qualitativas sobre o meu trabalho”, diz Jair.
Transitando entre o moderno e o clássico, Jair
Soares Junior é um escultor figurativo que busca demonstrar em seu trabalho as
formas de expressões humanas numa linguagem que se aproxima do realismo. “A
escultura e a tridimensionalidade são um dos exercícios artísticos mais
instigantes, pois impõe ao apreciador a forma física que avança no espaço. Eu
particularmente espero que os visitantes desta exposição percebam nessa
dinâmica uma possibilidade de conversação artística, que vivam uma
experiência”, completa o artista que vê o seu exercício artístico desta mostra
como um elogio ao humano representado por esses povos do Rio Omo.
Há trinta anos dedicando-se ao trabalho com a arte,
Jair ressalta que suas obras possibilitam novas descobertas artísticas e que no
processo criativo o exercício é fundamental, indissociável a existência. O
artista ainda revela o que o público vai sentir nesta exposição: “provavelmente
uma sensação de um estranhamento positivo e instigante, semelhante ao meu
quando me deparei com as imagens dessa gente, embora meu trabalho não busque
uma fidelidade interpretativa dessas imagens.”
Dentro das várias possibilidades de percurso
artístico que a exposição “Máscaras do Mundo” sugeria, Faces Africanas –
Os povos do Rio Omo despertou um novo olhar para Jair que, a partir daí,
resolveu representar sua pesquisa da forma mais característica possível, “foi o
que me pareceu mais instigante e revelador pelos mais variados sentidos, tanto
pelo sentido da pesquisa quanto por questões plásticas”, completa Jair.
Divulgação
Oficina de arte-educação
Sob a coordenação de Marcela Lobo, na sexta-feira dia 10, foi realizada uma
oficina de arte-educação na abertura oficial da exposição. Jair trouxe
miniaturas de máscaras para que as crianças elaborassem suas próprias pinturas
depois de uma explicação sobre os povos do Rio Omo. “Lidar com crianças é
sempre especial, pois a liberdade com que elas lidam com determinadas situações
nos inspiram a novas incursões artísticas, além de ser uma experiência que por
si só valoriza a exposição como proposta”, finaliza Jair. Para ele a oficina
foi um exercício de troca que comunga com os povos que inspiraram e tematizaram
essa exposição.
Divulgação
Sobre o artista:
Jair Soares Junior tem Licenciatura em História
pela Faculdade FESP/UEMG – Passos (MG); Liceu de Artes e Ofícios: Curso de
escultura em barro I e II com o Mestre Hendrikus Antonius Reydon – São Paulo
(SP); Istituto di Design – Perugia (Itália); EAD de Pós-graduação em História
da Arte e História Cultural pelo Centro Universitário Claretiano de
Batatais/SP;
Serviço
Evento: Exposição Faces Africanas – Os povos
do Rio Omo.
Data: de 13 de novembro a 19 de dezembro de
2017
Local: Espaço de Arte Francis Bacon – Ordem
Rosacruz (AMORC)
Entrada: Franca
Horário: de segunda a sexta-feira das 13h30 às
17h.
Nenhum comentário:
Postar um comentário