terça-feira, 23 de maio de 2017

Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Baduino premia filmes da 11˚ Mostra de Cinema e Direitos Humanos

Humano, de Yann Arthus-Bertrand, e Ilha, de Ismael Moura, são os dois filmes ganhadores do Troféu Dom Tomás Balduino concedido pelo Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino na 11˚ Mostra de Cinema e Direitos Humanos, realizada,em Goiás, pelo Instituto de Cultura e Meio Ambiente (Icumam).
Os vencedores foram anunciados na sessão de encerramento da Mostra no último dia 21 de maio, no Cine Cultura, pela cineasta e integrante da coordenação executiva do Comitê, Claudia Nunes. A entrega simbólica foi feita pela Frei dominicano Paulo Catanhede, diretor da UEG (Campus Cidade de Goiás) para Maria Abdalla, presidente do Icumam, que recebeu o troféu de Melhor Longa, e para o produtor Luis Fernando Sousa, o de Melhor Curta.
O Troféu Dom Tomás Balduino de Direitos Humanos foi criado pelo artista plástico Oscar Fortunato, que, a partir de toras brutas de madeira de demolição, torneou pessoalmente as peças, dando-lhes a forma de um cálice. A placa de latão também foi corroída pelo artista, que aplicou cristais naturais em resina na parte de cima do cálice para simbolizar a riqueza da terra, em sintonia com o trabalho de Dom Tomás Balduino, que a defendia para todos os despossuídos.
A obra de Oscar Fortunato é também uma homenagem à memória de Dom Tomás, personagem central na fundação da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e foi ainda uma figura destacada na oposição à ditadura militar e defensor intransigente dos diretos dos indígenas, trabalhadores sem terra e dos mais pobres de nosso país.
"Agradecemos imensamente a acolhida à nossa ação de valorização e estímulo à produção audiovisual voltada para a abordagem de temas dos direitos humanos. Infelizmente, vivemos em uma sociedade que ainda não compreende bem a atuação dos defensores e defensoras de direitos humanos. Precisamos contar com instrumentos capazes de despertar empatia nas pessoas, como o cinema, para que possam abandonar o preconceito pelo acesso à informação e à cultura", afirmou Claudia Nunes.
Frei Paulo Catanhede enumerou as recentes e graves violações de direitos contra os indígenas e os trabalhadores sem terra, chamando a atenção para um momento difícil do país que exige a nossa ação e indignação. Apesar disso, destacou a trajetória de Dom Tomás em defesa dos excluídos como um exemplo de esperança e ânimo. 
Ainda este ano, será lançado o Trófeu Dom Tomás Balduino para premiar a imprensa na abordagem de temas ligados aos direitos humanos na TV, rádio, jornal e internet. A iniciativa conta com a parceria do Sindicato dos Jornalistas de Goiás e Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Premiados da Mostra
Humano, do diretor Yann Arthus-Bertrand, documentário francês - Melhor Longa. 
Sinopse: Com testemunhos e imagens aéreas exclusivas, o introspectivo documentário aborda quem nós somos hoje em dia não só como comunidade, mas como indivíduos. Através das guerras, descriminações e desigualdades, confrontamos a realidade que também contempla discursos de solidariedade. Uma reflexão do futuro que queremos para nós, seres humanos, e o planeta.
Justificativa do prêmio: Pelo comovente retrato da diversidade da civilização humana no Planeta Terra e seu poder de nos conectar em uma ampla rede de experiências e emoções que valoriza e inclui os diferentes modos de viver e de ser.
Ilha, do diretor paraibano Ismael Moura, ficção - Melhor Curta.
Sinopse: Seu Antônio, um senhor de seus 80 anos vive isolado em uma casa velha junto com seu filho, um rapaz que sofre de um distúrbio mental e sendo obrigado a viver em cativeiro em um quarto escuro cercado com água, transformando sua cama em uma espécie de ilha. A vida dos dois vive em frequente conflito de um homem sofrido e esquecido pela sociedade com seu filho com uma doença perturbadora.

Justificativa do prêmio: Por abordar um dos temas mais invisíveis da nossa sociedade: o sofrimento e o desamparo, muitas vezes enfrentados na convivência com pessoas portadores de transtornos mentais graves. Ao criar uma metáfora visual do isolamento em que vivem, o filme nos chama a atenção para a importância do acolhimento de toda a família.

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