quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Conheça o diferencial do Luxo Contemporâneo

Imagem: Divulgação

Especialista no mercado de luxo comenta as diferenças dos grandes conglomerados e do luxo democrático no mercado atual

Marcas como Hermès, Chanel, Cadolle e Christian Louboutin resistem às investidas de aquisição dos grandes conglomerados, oferecendo produtos que não se enquadram na esfera democrática, pois conservam o conceito de luxo verdadeiro. São peças originais, excepcionais e que apresentam produção artesanal, restrita a poucos consumidores. “Por isso, a compra destes produtos é um ato cerimonial, uma experiência única e envolvente”, afirma a especialista no mercado de luxo, Carolina Boari. Segundo ela, enquanto a maioria das marcas de luxo busca estratégias que tragam mais lucro, cujos produtos tornam-se mais disponíveis, perdendo a referência da tradição e unicidade, o luxo original corresponde a produtos de aquisição restrita, em função do elevado valor, bem como da seleção da clientela. 

O luxo democrático sobrevive do consumismo, enquanto o tradicional encontra respaldo na qualidade superior, no serviço de excelência, bem como na estratégia de proporcionar o máximo de encantamento ao consumidor, o que inclui, dentre outras ações, horários reservados de venda, e um atendimento íntimo que beira a amizade, já que o vendedor conhece todas as preferências de seu consumidor.

Christian Louboutin, estilista francês de sapatos, conhecido pelos modelos bem estruturados e de sola vermelha, permanece com o capital de sua empresa fechado, oferecendo produtos exclusivos, que denomina de “Cinderela”, ou seja, únicos para cada consumidora. Louboutin afirma que luxo é “[...] educar os olhos para ver a qualidade especial”. Nesse cenário, é possível perceber que o luxo se democratizou, mas ainda conserva traços singulares que diferenciam esse setor dos demais voltados ao consumo de massa. Ainda há um luxo restrito a clientes extremamente ricos, em que as lojas vão ao encontro dos consumidores que buscam mais refinamento e exclusividade. 

Assim, o luxo na contemporaneidade é plural, suas representações são distintas, porém, o prazer da experiência proporcionada pelo consumo de bens desse segmento é sempre muito intenso, seja para ostentação, para altruísmo ou para o próprio deleite. O que há de diferente da origem do luxo para os tempos modernos é o alcance que esse mercado possui. “Antes restrito à nobreza, o luxo atual pode ser usufruído por quem desejar, até mesmo com condições de parcelamento, como ocorre no mercado brasileiro”, diz a especialista.

O mercado de luxo antes era controlado por empresas familiares que buscavam a excelência de seus produtos, cujas principais características são perfeição, singularidade quanto à sua concepção, confeccionados com materiais nobres, cuidados artesanais, buscando o refinamento dos detalhes e do acabamento, além de possuir um alto controle de qualidade. Foi assim que se transformou em um negócio altamente lucrativo, disponível a um número cada vez maior de clientes, que pode adquirir produtos caríssimos, sob encomenda, ou apenas um perfume, sendo que ambos proporcionam a magia do segmento. Magia que é ultra explorada nos anúncios publicitários das marcas de luxo.

Mais sobre Carolina Boari


Pesquisadora do mercado de luxo. Trabalha na divulgação de tendências nacionais e internacionais da área. Com larga experiência internacional, Carolina traz informações sobre o mercado do luxo para quem deseja estar por dentro das novidades e inovações e possui conhecimento em comunicação do mercado de luxo e o consumidor, com ênfase em teoria semiótica para análise de campanhas publicitárias, lojas, produtos, ações de marketing especificas desse setor.

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