Imagem: Divulgação
A mágica história do menino que semeia o bem por onde passa recebe
agora ilustrações do artista plástico mineiro Walter Lara
Maurice Druon já era consagrado por seus romances históricos
quando decidiu escrever “O menino do dedo verde”, seu único livro dedicado às
crianças. O protagonista da história é Tistu, um garoto que não consegue lidar
com as ideias preconcebidas dos adultos e acaba descobrindo que tem um poder
especial.
Nascido em uma família rica, dona de uma empresa de
canhões, Tistu vai para escola, mas não consegue se adaptar. Misteriosamente,
quando os professores começam a escrever no quadro-negro, ele cai num sono
profundo. Seus pais resolvem, então, experimentar um novo sistema de educação
com o menino. Em uma série de “aulas de campo”, ele aprende como funciona o dia
a dia no jardim de sua casa, na fábrica e na cidade.
E é assim, em uma das aulas do jardineiro Bigode, que ele
descobre seu misterioso dom. Tudo que é tocado pelo polegar do menino fica
coberto de flores. Com seu talento oculto, Tistu vai mudar muita coisa na
cidade de Mirapólvora, causando transformações inesperadas no presídio, no
hospital, no zoológico e até na fábrica de seu pai.
Com um final surpreendente, “O menino do dedo verde”
é um livro infantojuvenil que provoca reflexões em leitores
de todas as idades.
Trecho:
“Se só viemos ao mundo para sermos um dia gente grande, logo as ideias
pré-fabricadas se alojam facilmente em nossa cabeça, à medida que ela aumenta.
Essas ideias, pré-fabricadas há muito, estão todas nos livros. Por isso, se a
gente se aplica à leitura ou escuta com atenção os que leram muito, consegue
ser bem depressa pessoa importante, igual a todas as outras.
É bom notar que há ideias pré-fabricadas a respeito de qualquer coisa,
o que é bastante prático, permitindo-nos passar facilmente de uma para outra.
Mas, quando a gente veio à Terra com determinada missão, quando fomos
encarregados de executar certa tarefa, as coisas já não são tão fáceis. As
ideias pré-fabricadas, que os outros maneja tão bem, recusam-se a ficar em
nossa cabeça: entram por um ouvido e saem pelo outro, e vão quebrar-se no chão.
Causamos assim muitas surpresas. Primeiro, aos nossos pais. Depois, a todas as
outras pessoas grandes, tão apegadas às suas benditas ideias!”
Maurice Druon nasceu em Paris em 1918. Ganhou o prêmio Goncourt
com apenas 30 anos de idade,
e depois disso, escreveu inúmeros romances históricos. Eleito para a
Academia Francesa em 1966, foi ministro da Cultura de 1972 a 1974. Em sua obra,
que pinta a sociedade com cores sombrias e satíricas, “O menino do dedo verde”
é uma flor inesperada que ele dedicou às crianças.
Walter Lara nasceu em Minas Gerais na década de 1950. Desenha
desde criança e hoje usa papel 100% algodão e aquarela. Já ilustrou algumas
dezenas de livros. Nos últimos anos se tornou também autor com: “O artesão”,
“Como nascem os pássaros azuis” e “Na Biblioteca da Rua Direita”. Foi finalista
do prêmio Jabuti por duas vezes. Recebeu diversas vezes o selo Altamente
Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ)
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