Imagem: Divulgação
“Cartas de um antagonista- Jornalismo na selva
selvagem brasileira” chega às livrarias no fim de novembro pela Record
Por Carlos Andreazza*
Não há dia em que os canais de comunicação da
Editora Record não recebam pedidos por um livro de O Antagonista. O
surgimento do site, em janeiro de 2015, representou um evento – um marco – para
o jornalismo no Brasil. Em dupla com Diogo Mainardi, Mario Sabino é o criador
deste fenômeno. E a ele cabe, com grande categoria, dar resposta à demanda – ao
desejo – do público leitor.
Neste Cartas de um antagonista, Mario –
jornalista e escritor, autor, entre outras obras, do excepcional romance O
vício do amor – reúne artigos concebidos para a newsletter do site entre
abril e setembro de 2016. São 46 os textos que compõem a primeira parte do
livro, “De volta”, conjunto que reflete – de forma enxuta e acurada – sobre os
meses finais de Dilma Rousseff na Presidência da República. Mas não apenas. O
assunto também é o estado mental da nação, cuja loucura só não nos levou ao fundo
do poço porque este, no Brasil, sempre pode estar um pouco mais embaixo.
A carta que Mario Sabino escreveu para um delegado
de polícia em reação a uma clara tentativa de intimidação promovida pelo
ex-presidente Lula é peça que deveria ser lida e estudada em todas as
faculdades de jornalismo do país. Mais longo, com tom ensaístico, poderia, por
estilo, estar na segunda parte do livro, “No exílio”, que abriga três escritos
de maior fôlego, pequenos ensaios, dois deles produzidos quando o autor era
correspondente da Veja em Paris.Sai-se da leitura deste livro – que
alcança a arte de cobrir tamanha desgraça com prosa elegante, olhar preciso e
bom humor – com a certeza de que o brasileiro, tão achacado pelos políticos e
pelo Estado monumental, é um resistente, um sobrevivente, e também deveria ser
um antagonista.
Carlos Andreazza é editor-executivo de ficção
nacional e de não-ficção da Editora Record.
Mario Sabino nasceu em São Paulo, em 1962.
Fundou, com Diogo Mainardi, o site O Antagonista. É autor dos romances “O dia
em que matei meu pai” e “O vício do amor” e dos volumes de contos “O
antinarciso” (Prêmio Clarice Lispector da Biblioteca Nacional) e “A boca da verdade”,
todos pela Editora Record.
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