Imagem: Divulgação
A obra reúne os livros “Jardim das cartas” e “O
livro do desejo”, sua produção poética entre 2005 e 2016
Com sessões de autógrafos embalada por recitais de
poesia, Elisa lança o livro em São Paulo na terça, 29, às 19h, na
Livraria Cultura do Conjunto Nacional, e no dia 5 de dezembro, segunda, a
partir das 20h, na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro
Leia a entrevista com a autora no blog do Grupo
Editorial Record: http://bit.ly/2glSHUG
Artista multifacetada, Elisa Lucinda é atriz,
cantora, jornalista, professora, cantora e poeta. Há quase quinze anos em
cartaz com o monólogo “Pare de falar mal da rotina”, ela encerra o ano com
estreia dupla. Além da peça em homenagem à Adélia Prado, que marca a reabertura
do teatro Laura Alvim nesta quinta, 17, Elisa lança a coletânea de
poemas “Vozes Guardadas” (Record), que reúne sua produção poética dos últimos
11 anos.
Dividida em dois
momentos, a obra é formada pelos livros “Jardim das cartas” e “O livro do
desejo”. Entre os textos que compõem a primeira parte estão cartas declaradas a
amigos e personalidades como Amir Haddad, Beth Carvalho, Emicida, Ana Carolina,
Djavan e Dona Canô. Com uma linguagem simples, a escritora revela também
seu magnetismo pela natureza em textos que fazem referência a uma
infância de quintal, rodeada de mato, árvores frutíferas, barro, tanajuras,
passarinhos e animais domésticos. A presença da água também é marcante no livro
: “Sou muito vinculada a ela, sou litorânea, nascida no dia de Iemanjá, sempre
vivi perto do mar, sou identificada com Oxum, Yemanjá e Yansã, que representam
o mar, o rio, e as tempestades”, conta.
Conhecida por popularizar o
gênero, Elisa aposta no ensino da poesia tanto para o autodesenvolvimento das
capacidades individuais e possibilidades de expressão, quanto na construção da
cidadania. Assim, reforça o caráter contestador de seu novo livro: “Essas vozes
são antibélicas num tempo sinistro, triste, sombrio, em que os discursos
dominadores pregam a exclusão, a guerra e a continuação malévola da injustiça
no mundo. “Vozes guardadas” são tambores humanistas, afetuosos, ideológicos,
eróticos, e de difícil catalogação”, completa.
Orelha por Maria Filina Salles de Sá de Miranda
A comovente e interessante coletânea de poemas Vozes
guardadas marca a consolidação do valor poético de Elisa Lucinda no mundo
das letras.
Dividida em dois momentos, a obra reúne, no livro
primeiro, Jardim das cartas, e, no segundo, O livro do desejo, sua
produção poética entre 2005 e 2016. Linguagem fácil, sem rebuscados literários,
percebe-se nesta obra a força de expressão alicerçada na enobrecida
sensibilidade feminina.
Li estes versos e, mais uma vez, inebriei-me de sua
poesia. Alma grandiosa, alma que canta, que chora, que ri... Alma que fala dos
sonhos de justiça para o mundo, alma que fala de sonhos acalentados pelo amor
que está presente no sonho de todas as mulheres. Com ideias claras e distintas,
com inspiração permanente, seus versos falam também do cotidiano, das águas,
dos jardins, do silêncio, das cartas enviadas, mensagens que chegam ao nosso
coração de forma contundente.
Ela é uma poeta inteira, de uma inspiração sem
limites. Às vezes, realista, quase sempre penetrante, consegue, com elevada
maestria, mostrar-nos a beleza que lhe palmilha a inspiração, para atingir a
plenitude de ser mulher.
A menina de ontem, de apenas 11 aninhos, que vi
crescer como minha aluna no curso de Interpretação Teatral de Poesia, cá, em
terras capixabas, é ouro na minha vida. E é ela que hoje, com seus expressivos
olhos verdes brilhando de emoção, escreve com o coração na ponta da caneta.
Porque lhe caíram tão bem os versos modernistas que lhe ensinei ainda em
menina, ela gosta de me chamar de mãe de sua poesia.
Hoje, posso ser sua discípula, pois seus versos penetrantes me fizeram
vivenciar uma realidade contraditória a se perder nas brumas do calendário,
transportando-me a outra realidade primorosa, que só pode ser delegada aos
seres credenciados, para salpicarem de sonhos a “moldura mágica” de nossas
mentes, onde Elisa, um dia, chegou para ficar eternamente!
Elisa é uma das mais importantes escritoras e diseuses do
nosso país, entre os bons nomes existentes. Não me cabe dizer mais nada. Esta
apresentação não é senão um convite aos leitores para que leiam a obra. O
convite está feito. A obra fala por si mesma. E como fala!
Poeta, atriz, jornalista, professora e cantora, Elisa
Lucinda nasceu ao meio-dia de um domingo de Carnaval, em Vitória do
Espírito Santo, no dia de Yemanjá. Com dezessete livros publicados, entre os
quais a premiada coleção infantojuvenil Amigo Oculto, a multiartista, que nas
palavras de Nélida Pinõn, “tem a linguagem em chamas”, encena e circula muito
de sua obra pelos palcos brasileiros e estrangeiros, e comemora o
reconhecimento de ser uma das escritoras que mais popularizaram a poesia em
nosso tempo. Versos de Liberdade, que ensina a palavra poética aos jovens
que compruem medidas socioeducativas, é um dos projetos desenvolvidos por sua instituição
Casa Poema, além de cursos de Poesia Falada para todos. Seu primeiro romance,
Fernando Pessoa, O Cavaleiro de Nada, foi finalista do Prêmio São Paulo de
Literatura 2015.
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