Crédito: Francisco Martins
Visitante
poderá interagir com o projeto criativo, assim como visualizar o
espaço com possibilidades técnicas de utilização em arquitetura,
além de explorar a performance criativa e social existente no
contexto expositivo das obras.
Por Emanuelle
Spack
O Espaço
Cultural BRDE Palacete dos Leões recebe, de 06 a 30 de julho, a
Exposição Desvazio: Interferências em Cobogós, da designer e
artista visual Désirée Sessegolo. A exposição, que traz 10 obras
e duas instalações, propõe uma nova linguagem em vitral, dotada de
brasilidade pela utilização de cobogós como estrutura. Désirée
explora em seus objetos os efeitos da luz através dos vidros
repletos de texturas vazadas projetando cores e texturas para criar
uma obra de beleza insólita. Com os efeitos desses jogos de luzes a
artista agrega arte à arquitetura.
Trabalhando
com vidro fusão, técnica desenvolvida pela própria artista, suas
obras criam texturas únicas no vidro que remetem a estruturas
celulares surgindo então a denominação vidro celular. Com esta
técnica Désirée recebeu algumas premiações e participou de
salões conquistando prêmios no Brasil e exterior. Em setembro,
parte da exposição Desvazio segue para Veneza, na Itália. A
instalação Amazzonia foi selecionada para participar da The
Venice Glass Week.
Crédito: Francisco Martins
Desvazio:
Interferências em Cobogós percorre um caminho obedecendo a uma
lógica determinada pela artista em uma busca sensorial.
Representações bidimensionais em composição de painéis, em
diferentes formatos e escalas, dão ênfase aos aspectos ornamentais
e esculturais deste marco da arquitetura modernista. A poética da
obra de Désirée está em emprestar dos cobogós a estrutura para
fazer a intervenção dos vidros coloridos, translúcidos e opacos,
criando movimento, ritmo e sobreposições de transparências,
atraindo o observador às mensagens que a obra sugere.
Com curadoria
da produtora de eventos corporativos, sociais e culturais, Edilene
Guzzoni, elaborar esta exposição foi um processo de organização e
cuidado, além da preocupação do compromisso educacional na
sociedade. “Hoje o curador tem que agir como um mediador cultural
entre a arte e a população que visita às exposições”, revela
Edilene que estruturou esta composição estudando a história dos
cobogós e seu conceito inicial. Para essa mostra os cobogós são
inseridos como releitura artística e o retorno do seu uso na
arquitetura contemporânea. Para destacar as obras, Edilene inseriu
cada peça de forma harmoniosa com os efeitos de luz e sombra que
ressurgem da sensibilidade e delicadeza nos trabalhos de Désirée.
De acordo com
Edilene, quando visualizamos as obras de Désirée com intervenções
em cobogós, falamos dos experimentos dos efeitos da luz através do
vidro celular que foram realizados em painéis entre vidros,
inaugurando uma nova fase na sua obra. “Com a luz do sol incidindo
sobre os elementos vazados desenhando as sombras nos pisos e paredes
cria-se um efeito que transforma todo o ambiente. Durante as estações
e ao longo dos dias essa luz natural surge de diferentes formas como
um componente que sobrevém na arquitetura. No decorrer da noite, a
luz artificial atravessa os pequenos vãos do interior para o
exterior, tornando a arquitetura uma espécie de luminária urbana”.
Com o vidro
Désirée aprendeu as técnicas tradicionais, porém, não satisfeita
com os resultados, passou a realizar uma pesquisa em torno de novos
materiais. Ao testar diferentes processos de fusão modelando
cerâmicas em formatos diferenciados, a artista estabeleceu
características e linguagens próprias para suas obras.
O
tema Desvazio: Interferências em Cobogós surgiu após
anos de pesquisa em torno da arte do vidro e constante busca pela
inovação. Com a técnica que desenvolveu Désirée mudou os
paradigmas em torno do material, conferindo ao vidro, uma superfície
impregnada de texturas vazadas. “O diferencial da minha obra está
justamente nos vazios abertos na superfície do material. Daí a
poética da obra que procura instigar o observador sobre o vazio.
Torna-se um processo de reflexão!”, diz Désirée.
Sobre a
artista
Desirée
Sessegolo, artista multidisciplinar e designer gráfico nascida em
Curitiba - Brasil. Seu trabalho abraça múltiplas formas artísticas:
design gráfico, esculturas em vidro e cerâmica, instalações e
murais. Seu trabalho é reconhecido pelo Museu Alfredo Andersen, Casa
João Turin e Museo del Vidrio de Bogotá, tendo participado de
diversos salões de design e arte contemporânea.
Divulgação
Sobre o
Espaço Cultural BRDE – Palacete dos Leões
Inaugurado em
2005, o Espaço Cultural do Banco Regional de Desenvolvimento do
Extremo Sul busca aliar a força empreendedora de uma instituição
financeira pública com a promoção de arte e cultura do Paraná.
Sua sede, o Palacete dos Leões, uma edificação histórica do
início do século XX, oferece uma programação artística gratuita
e diversificada, voltada às artes visuais, música, literatura,
artes cênicas e audiovisual.
Serviço
Exposição
Desvazio: Interferências em Cobogós
Data: de
06 a 30 de julho de 2018.
Local: Espaço
Cultural BRDE – Palacete dos Leões
Endereço: Avenida
João Gualberto, 570 – Alto da Glória, Curitiba – PR CEP:
80030-900
Entrada: Franca
Dias e
horário: de segunda a sexta-feira das 12h30 às 18h30.
Vernissage: quinta-feira
dia 05 às 19h00
Facebook: https://www.facebook.com/events/188656475130773/
Crédito: Francisco Martins
Sobre os
Cobogós:
Nos trópicos
a luz do sol incide de forma generosa. Os elementos vazados desenham
a sombra nos pisos e paredes, um efeito que transforma todo o
ambiente para quem o vê desde o exterior e interior. Durante as
estações e ao longo dos dias essa luz natural surge de diferentes
formas como um componente que sobrevém na Arquitetura. No decorrer
da noite, a luz artificial atravessa os pequenos vãos do interior
para o exterior, tornando a arquitetura uma espécie de luminária
urbana que interage com as sombras de seus usuários e mobiliário.
Além de sua
função, o cobogó traz consigo certa poética ao projeto de
arquitetura. Decidimos destacar esta criação brasileira, escrever
brevemente sobre sua história e apresentar uma seleção de projetos
que adotam este elemento.
Um grupo de
engenheiros - o português Amadeu Oliveira Coimbra, o alemão Ernesto
August Boeckmann e o brasileiro Antônio de Góis - foram os
criadores do “cobogó”, elemento que permite a entrada de luz
solar e ventilação natural utilizado nas aberturas de construções.
O cobogó
surgiu na década de 1920, em Recife, e teve seu nome oriundo da
junção da primeira sílaba dos sobrenomes de seus criadores. São
uma herança da cultura árabe, baseado nos muxarabis – construídos
em madeira, eram utilizados para fechar parcialmente os ambientes
internos.
Apesar de ser
criado em Recife, o cobogó foi difundido por Lúcio Costa em
referências sutis à arquitetura colonial, tornando-se um elemento
compositivo presente na estética da arquitetura moderna brasileira.
Apesar da permeabilidade visual, os cobogós, de certa forma, trazem
privacidade ao usuário. Feitos de cimento e tijolo no início,
passaram a ser produzidos também em cerâmica e outros distintos
materiais.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/768101/cobogo
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