Docudrama celebra os 80 anos das emissoras que marcaram época no rádio
Em homenagem às oito décadas das emissoras Rádio Nacional e Rádio
MEC comemoradas em 2016, a TV Brasil estreia neste sábado, 12 de
novembro de 2016, às 21h30, o documentário "Alô, Memória - 80 anos das
Rádios MEC e Nacional". A produção mescla a linguagem documental com
elementos da dramaturgia para apresentar um panorama sobre as emissoras que são
referência na comunicação pública.
Imagem: Divulgação
"O documentário resgata e celebra os 80 anos de dois grandes
patrimônios da cultura brasileira: as Rádios MEC e Nacional. Juntos, esses dois
veículos tiveram um papel fundamental na educação, na informação e no
entretenimento da população, trazendo ícones da cultura e grandes atores, que
foram o berço da televisão", explica Cida Fontes, Diretora de
Produção e Conteúdo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que faz a gestão
das emissoras de rádios e da TV Brasil, entre outros veículos públicos.
Imagem: Divulgação
De acordo com a diretora, o projeto concebido inteiramente dentro da
EBC teve a colaboração de diversas equipes que se empenharam para dar vida à
ideia. "Contamos com a participação de atores convidados, que emprestaram
brilho à parte de ficção do programa, gravada em locações marcantes na história
das nossas rádios, como o edifício "A Noite" e a antiga sede da Rádio
MEC, na Praça da República", afirma Cida Fontes. "É com felicidade
que concluímos um projeto inovador dentro da casa, que faz jus a trajetórias
tão marcantes na cultura brasileira", completa.
A produção percorre a trajetória da Rádio Nacional e seu
brilho: astros e estrelas da radio dramaturgia, do jornalismo, do esporte.
Recorda os programas de auditório e de humor que marcaram época no imponente
edifício "A Noite", na Praça Mauá. Destaca um passado que influenciou
outras rádios e grandes emissoras de televisão do Brasil, que, até hoje, têm na
Era de Ouro da Nacional a maior referência.
O longa também mostra como a Rádio MEC nasceu do sonho de um homem:
Edgard Roquette-Pinto. Ele queria levar cultura e educação aos cidadãos em todo
território nacional. A MEC foi a concretização de seu projeto: poesia, crônica,
literatura, folclore, música clássica e instrumental, educação formal ao
alcance de todos que se dispunham a ouvi-la.
Com humor e poesia, os jovens personagens costuram essa história com
depoimentos de artistas, jornalistas e especialistas. "Alô, Memória - 80
anos das Rádios MEC e Nacional" chega para mostrar que essas oito décadas
estão muito presentes e merecem ser revisitadas a todo momento.
Depoimentos e entrevistas
O documentário ainda inclui imagens de arquivo de ícones da cena
cultural do país como os cantores Cauby Peixoto e Roberto Carlos, a atriz
Fernanda Montenegro e o pesquisador Ricardo Cravo Albin.
Também concedem entrevista para o filme personalidades como o
jornalista João Máximo, o compositor Edino Krieger, o radialista Marco Aurélio
Carvalho, a radialista Marlene Blois, a jornalista Magali Prado e o jornalista
João Batista de Abreu.
"Alô, Memória - 80 anos das Rádios MEC e Nacional" ainda
recupera áudios e vídeos de atrações das emissoras que estão no imaginário
popular como o "Repórter Esso" e programas de auditório que lotavam
os estúdios e corredores das estações com uma multidão que se aglomerava nas
ruas para ver os ídolos.
Ficha Técnica
Ano: 2016. Gênero: documentário. Direção: Carlos Sanches, com Cleo
Pequeno, Gabriel Flores e João Antonio Santucci. Assistência de Direção e
Preparação de Elenco: Paulo Fernandes. Roteiro: Rogério Sacchi de Frontin,
Paulo Fernandes. Supervisão de Roteiro: Simone Melamed. Produção Executiva:
Enio Puello. Edição e Finalização: Isabelle Valente, Rodrigo Moraes.
Coordenação de produção: Daniel Gontijo. Produção e Realização: Empresa Brasil
de Comunicação (EBC). Inédito. Duração: 56 min. Classificação Indicativa: Livre
Sobre a Rádio Nacional
Sintonizada no AM 1.130 kHz e presente na memória afetiva da população
como a emissora que mostrou o Brasil aos brasileiros, a Rádio Nacional do Rio
de Janeiro, inaugurada em 1936, tornou-se, já no início dos anos 1940, uma das
cinco emissoras mais potentes do mundo. Suas transmissões em ondas médias e em
três estações de ondas curtas levaram longe o rádio brasileiro e integraram as
regiões mais distantes do território nacional.
Imagem: Divulgação
Instalada desde na inauguração no lendário Edifício "A
Noite", na Praça Mauá, zona portuária da cidade, o mais alto arranha-céu
da América Latina nos anos 1930, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro foi o maior
fenômeno de comunicação de massa que o país já conheceu. Durante mais de 20
anos, os brasileiros foram guiados por essa antena. Programas como o
jornalístico "Repórter Esso" e o humorístico "Balança mas não
cai" fizeram história.
As rádionovelas da Rádio Nacional marcaram época a partir da primeira,
"Em busca da felicidade", transmitida em 1941. Depois de três anos no
ar, foi substituída por "O direito de nascer", trama que chegou a
mudar hábitos das pessoas que tinham compromisso marcado com as transmissões da
radionovela, posteriormente adaptada para a televisão.
Até meados da década de 1950, o Rádio-Teatro Nacional irradiou 861 novelas,
as mais ouvidas do rádio brasileiro, segundo as mais seguras pesquisas de
audiência. Pode-se observar que a música popular brasileira foi uma antes e
outra depois da Nacional, que se transformou numa verdadeira criadora de ídolos
através da realização de concursos como "A Rainha do Rádio", que
consagrou diversas cantoras, como Emilinha Borba, Marlene, Dalva de Oliveira e
Ângela Maria. Um dos cantores que ficou marcado como símbolo dessa era foi
Cauby Peixoto, que enchia o auditória da emissora em suas apresentações.
Sobre a Rádio MEC
Sinônimo de educação, arte e cultura, com destaque para os tradicionais
programas de auditórios, a Rádio MEC foi a primeira emissora radiofônica do
Brasil. Apesar de ser sucessora da Rádio Sociedade, criada em 1923, a data de
1936 marca a história da estação porque foi naquele ano doada ao então
Ministério da Educação e Cultura - com a condição de que a rádio permanecesse
fiel ao seu lema cultural e educativo.
Hoje, a emissora está no ar como Rádio MEC AM 800 kHz e MEC FM 99,3
MHz. Fundada por Edgard Roquette-Pinto e Henrique Morize, a Rádio MEC foi
pioneira como emissora educativa e fincou as bases para comunicação pública
ainda hoje difundida pela rádio. Em 7 de setembro de 1922 foi responsável pela
primeira transmissão de rádio no país.
A Rádio MEC possui, hoje, um dos
mais importantes acervos do rádio brasileiro, com gravações e programas
temáticos. Só o patrimônio de vozes reúne falas de Getúlio Vargas, Luiz Carlos
Prestes, Monteiro Lobato, Drummond, John Kennedy, Vinícius de Moraes, Winston
Churchill, Baden Powell e Ary Barroso, entre muitos outros. O acervo musical guarda
títulos como "Antologia do Choro", "Quadrante",
"História do Jazz" e "O humor na História da Música", além
de fitas com grandes momentos das músicas brasileira e internacional.
Também fazem parte deste acervo os grandes momentos da poesia e literatura
brasileiras, com Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Manuel Bandeira,
Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, Rubem Braga e Dinah Silveira de Queiroz,
que escreviam crônicas semanais, lidas por Paulo Autran no programa
“Quadrante”. A Rádio MEC revelou ao mundo o talento da jovem Arlete Pinheiro,
que na Rádio MEC se transformou em Fernanda Montenegro.
No AM, em 800 kHz, a programação musical contempla a diversidade da
música popular brasileira, os programas infanto-juvenis, a interatividade com o
ouvinte, temas como infância, sustentabilidade, inclusão, questões de gênero e
educação, entre outros.
Já ao sintonizar no FM 99,3 MHz, a grade é dedicada quase em sua
totalidade à música de concerto, com janelas de jazz, choro e música
instrumental. Bach, Mozart, Villa-Lobos, Debussy, Verdi, Beethoven, Ernesto
Nazareth, Chopin, Vivaldi, Radamés Gnatalli e vários outros grandes
compositores são a alma do repertório da emissora.
A programação diária inclui agendas culturais relativas aos eventos
musicais e de artes que em geral ocorrem na cidade, e também, fora do Rio de
Janeiro. Além disso, a estação interage com o seu público ouvinte e leva a
música clássica para pontos de grande movimento, em transmissões externas.
Considerada expoente na música de concerto no país, ela cumpre o seu papel de
difusão desse importante gênero. A MEC FM transmite o mais antigo programa de
música clássica do rádio brasileiro: "Ópera Completa", no ar há mais
de 60 anos.
Serviço:
"Alô, Memória - 80 anos das Rádios MEC e Nacional" – sábado (12), às
21h30, na TV Brasil.
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