Qual o papel dos museus hoje e como eles podem se tornar mais ativos
nas causas urgentes da humanidade? Afinal, para que servem os museus? Com o
objetivo de responder a questões como estas, especialistas do Reino Unido
(Inglaterra e Escócia), Chile, Itália, Colômbia, Trinidad e Tobago, Venezuela e
Brasil (Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco) vão se reunir, nos
dias 21 e 22 de novembro, para a Conferência Internacional “Museus para Quê?”,
do Programa Transform de Museus, realizada pelo British Council e Museu do
Amanhã, com patrocínio do BNDES.
Durante os dois dias da conferência serão apresentados painéis sobre
cinco grandes temas: Museus e Ativismo Social; Politicas públicas; Engajamento
e conexão com os públicos; Sustentabilidade financeira; Inovação, branding
e novas mídias. Os tópicos foram definidos pelos parceiros do programa
Transform e representam áreas de desenvolvimento mútuo entre os setores de
museus do Reino Unido e Brasil.
Para Martin Dowle, diretor do British Council no Brasil, “O British
Council fortalece a troca de experiências neste setor porque entendemos a
importância que museus tanto no Reino Unido como no Brasil passaram a assumir
na economia dos países, na revitalização das cidades e no desenvolvimento
social. Museus têm um papel fundamental em desenvolver e educar a sociedade. O
Reino Unido tem ampla experiência em desenvolver público, atraindo grupos como
pessoas jovens e excluídas para aproveitar o que os museus têm para oferecer”.
Alexandre Fernandes, diretor de Desenvolvimento de Públicos do Museu
do Amanhã, destaca que uma das missões da instituição é oferecer insumos para
que o público desenvolva um senso de pertencimento às causas do Museu. “A
conferência internacional será uma oportunidade para reforçar a nossa proposta
de esclarecer conceitos equivocados e propiciar que o visitante aprofunde
seu conhecimento. Queremos estimular o pensamento crítico de cada um, a
consciência sobre a importância das nossas atitudes, e principalmente
incentivar o engajamento em causas importantes”, reforça.
British Council contribuiu na parceria entre museus
A presença de Jonathan Newby, diretor-adjunto do Science Museum, grupo
de museus no Reino Unido que recebeu 5,5 milhões de visitantes no último ano,
em conjunto com o Museu do Amanhã, que alcançou 1 milhão de visitantes em oito
meses, marca uma das ações do Programa Transform, que contribuiu para
consolidação da parceria entre os dois museus assinada durante os Jogos
Olímpicos no Rio de Janeiro. Os dois museus atuam no campo da
democratização do acesso ao conhecimento científico e a conexão direta a causas
socioambientais de interesse público, tema que os debates da conferência irão
aprofundar.
Lucimara Letelier, curadora da Conferência e Diretora Adjunta de Artes
do British Council, explica que em todo o mundo o papel do museu passa por uma
ressignificação. “O museu atual não está centrado no objeto e expande sua
atuação para muito além de suas instalações físicas para se tornar mediador
entre a sociedade e as transformações que precisam acontecer. A Conferência vai
falar do museu vivo, ativo, conectado à vida das pessoas e às causas mais
urgentes para todos”, diz.
Palestras
Os palestrantes Keynote abrem a conferência inspirando a todos com os
desafios e questões para museus ao se posicionarem sem neutralidade diante de
causas contemporâneas e sociais, mesmo as mais polêmicas e difíceis de serem
tratadas frente ao público visitante.
Richard Benjamim, diretor do International Slavery Museum (Museu da
Escravidão), de Liverpool, representa um museu que atua de forma muito
integrada a ONGs internacionais em causas relacionados ao racismo, buscando a
conscientização e ativismo do público visitante. A instituição, que se
consolidou como um polo internacional nas pesquisas sobre direitos humanos,
aborda aspectos históricos e contemporâneos da escravidão de forma contundente,
evidenciando, por exemplo, casos de “escravidão moderna”. Maria Ignez Mantovani, presidente
do International Council of Museums Brasil (ICOM), traz a experiência
brasileira.
Rob Baker, diretor de marketing da Tate, um dos museus de arte moderna
mais populares do mundo, vai abordar como as últimas tendências em branding,
inovação e engajamento digital desafiam o papel do museu na sociedade e
reposicionam sua relevância contemporânea e presença na vida das pessoas
trazendo o caso do recente projeto da Tate Modern #TateExchange
Para debater a realidade que os museus podem transformar, haverá painel
com Martin Bellamy, do Glasgow Open Museum; Rayen Gutierrez, do Museo de La
Memoria y los Derechos Humanos, do Chile; Marilia Bonas, do Museu da Imigração
de São Paulo; e Laura Taves, gerente de Relações Comunitárias do Museu do
Amanhã. Será uma discussão do compromisso dos museus com povos imigrantes, com
comunidades diretamente impactas pelos temas de atuação de cada museu.
Já Luigi Di-Corato, diretor da Fundação de Brescia, na Itália, integra
o painel de políticas públicas, focando no que elas podem fazer pelo
desenvolvimento do setor, além de trazer a perspectiva da Itália sobre a
relação entre museus e refugiados. Também participam Renata Motta, da
Secretaria de Estado de Cultura São Paulo; Eneida Braga, do Instituto
Brasileiro de Museus (IBRAM); e Joanne Orr, diretora-executiva da Museums
Galleries Scotland, que realizou diversos intercâmbios com o Estado de São
Paulo.
Ativismo social dos museus
Janaina Melo, gerente da Escola do Olhar do Museu de Arte do Rio (MAR),
fará palestra sobre o processo de atração e diversificação de públicos, e terá
a seu lado Victoria Pinnington, diretora de Comunicações e Geração de Receitas
do Horniman Museum & Gardens, museu da região periférica de Londres que
atua junto a diversas comunidades de imigrantes; e Luiz Eduardo Sarmento,
gerente do Paço do Frevo, de Recife. Juntos, eles debatem como o museu engaja
de fato seus públicos aos temas trabalhados pelo museu e que desafios existem
na busca por conectá-los.
“Este encontro é uma oportunidade ímpar para o setor museológico
brasileiro que vai reunir Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco,
Mato Grosso e outros estados para olharem para experiência dos museus
brasileiros, a partir deste intercâmbio com o Reino Unido e o mundo, por
melhores práticas de gestão e ativismo social dos museus”, complementa
Lucimara.
A Conferência celebra quatro anos do programa Transform de
Museus, que reuniu mais de 2.000 profissionais de 200 organizações do Reino
Unido e Brasil em seminários, cursos, fóruns, visitas de estudos, parcerias
entre museus e Universidades. Resultado do legado cultural entre as
Olimpíadas de Londres e do Rio de Janeiro, o Transform aconteceu de 2012 a
2016, também nas áreas de economia criativa, cinema, dança, literatura, música
e teatro.
Sobre o Transform
O Transform, programa de artes e cultura do British Council, conectou
mais de 200 organizações do Reino Unido e do Brasil entre 2012 e 2016.
Produtores, artistas e autoridades participaram de iniciativas que estão
transformando a maneira como se trabalha em setores como Museus, Orquestras,
Acessibilidade nas Artes, Dramaturgia e Teatro e Economia Criativa, com
aprendizados mútuos e profundo impacto na formação de novas capacidades e novas
lideranças. http://transform.britishcouncil.org.br
Sobre o British Council
O British Council é a organização internacional sem fins lucrativos do
Reino Unido para relações culturais e oportunidades educacionais. Seu trabalho
busca estabelecer a troca de experiências e criar laços de confiança por meio
do intercâmbio de conhecimento e de ideias entre pessoas ao redor do mundo. A
organização está presente em mais de 100 países e trabalha com parceiros como
os governos em diversas instâncias, organizações não-governamentais e
iniciativa privada, em ações relacionadas à promoção da língua inglesa,
cultura, artes, educação e programas sociais.www.britishcouncil.org.br.
Museu do Amanhã
Eleito o melhor museu da América do Sul e Central pelo Leading Culture
Destinations Awards, prêmio britânico considerado o “Oscar” do setor, o Museu
do Amanhã se consolida como uma das principais atrações turísticas da cidade do
Rio de Janeiro e do Brasil. Com menos de um ano de operação, a instituição
bateu a marca de 1,2 milhão de visitantes, com média diária superior a 5 mil
pessoas.
Gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), o Museu fechou
parcerias e acordos de cooperação científica com instituições de renome como
Google, Science Museum Group, British Council, Agência das Nações Unidas para
Refugiados (ACNUR) e Fundação Dom Cabral. Os patrocinadores são: Banco
Santander (Máster), Shell e ENGIE.
BNDES
O BNDES é patrocinador da Conferência Museus para Quê?, e parceiro do
British Council em diversas iniciativas do Programa Tranform de 2012 a 2016,
como parte das ações do Departamento de Economia da Cultura.
SERVIÇO
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL ”Museus para Quê?”
21 e 22 de Novembro de 2016
Local: Museu do Amanhã (Praça Mauá, nº 1)
#MuseusParaQue? #TransformArts
Realização: British Council - Correalização: Museu do Amanhã
PROGRAMAÇÂO
Segunda-feira, 21 de novembro
Tarde
Sessões no Observatório do Amanhã sobre Museus e acessibilidade, Museus
e formação, Museus e Redes. Visita ao Museu do Amanhã para os participantes da
conferência.
Abertura
Participam da abertura Ricardo Piquet, diretor do Museu do Amanhã, Martin
Dowle, diretor do British Council Brasil,Luciane Gorgulho, chefe do
Departamento de Cultura, Entretenimento e Turismo do BNDES, e Lucimara
Letelier, diretora-adjunta de Artes, British Council
Palestras dos Palestrantes Keynotes
Para que servem os museus, hoje? Que propósito terão no futuro? O tema
central da Conferência desafia o papel que os museus podem desempenhar na
sociedade, inspirando a discussão sobre um comprometimento mais significativo
da parte dos museus em direção a um engajamento real com questões sociais
contemporâneas. Ao mesmo tempo, iremos tratar de assuntos relacionados a
políticas públicas e sustentabilidade financeira como catalizadores para um
impacto mais eficaz do museu. Richard Benjamim traz a experiência do Slavery
Museum e de outras partes do mundo em causas ligadas à injustiça social e ao
ativismo, enquanto Maria Ignez Mantovani fala sobre os museus brasileiros e de
outras partes do mundo em causas ligadas à injustiça social e ao ativismo.
Richard Benjamin, diretor do International Slavery Museum, Liverpool
Maria Ignez Mantovani, Presidente do ICOM Brasil
Terça-feira, 22 de novembro
Painel 1: Que realidades podemos transformar? Museus
redesenham o futuro olhando o passado, dialogando com o presente com os que
pensam, vivem e empreendem novos caminhos para todos. De que forma os museus
atuam em Revitalização Urbana, Inclusão Social, Acessibilidade, engajamento
comunitário, Ativismo e áreas de saúde participando e estimulando a construção
de novas sociedades.
Martin Bellamy, Diretor de Pesquisa e Curadoria, Glasgow Museums
Laura Taves, Gerente de Relações Comunitárias, Museu do Amanhã
Rayén Gutiérrez, Relações Internacionais, Museo de La Memoria Y Los
Derechos Humanos
Marilia Bonas, Diretora, Museu da Imigração
Painel 2: Politicas Públicas: O que elas podem fazer por todos? Como
são as políticas públicas para Museus pelo mundo? Exemplos da Escócia, Itália e
Brasil dialogam sobre elementos fundamentais para uma política pública
eficiente que fortaleça a institucionalidade das organizações, os processos de
formação e condições propícias para maior impacto com indicadores mensuráveis.
Joanne Orr, Diretora-executiva, Museums & Galleries Scotland
Luigi Di-Corato, Diretor, Fondazione de Brescia, Itália
Eneida Braga, Diretora de Difusão, Fomento e Economia dos Museus, IBRAM
Renata Motta, Coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio
Museológico (UPPM)/ Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo
Mariana Varzea, Diretora, Inspirações Ilimitadas Projetos Culturais
Painel 3: Quem e como conseguimos conectar? Os museus buscam
atrair, manter e diversificar seus públicos em um movimento cíclico e
constante. Como é na prática, este processo do museu em busca de uma conexão
única que considera as identidades e afetos que se formam e possibilitam uma
atuação cada vez mais coletiva e integrada dos museus com seus públicos e as
causas da sociedade.
Victoria Pinnington, Diretora de Comunicações e Geração de Receitas do
Horniman Museum & Gardens
Janaina Melo, Gerente da Escola do Olhar, Museu de Arte do Rio (MAR)
Eduardo Sarmento, Gerente do Paço do Frevo
Juan Pablo Gaviria, Chefe de Inovação e Desenvolvimento, Parque
Explora, Colômbia
Luis Marcelo Mendes, Consultor de Museus
Palestra Keynote: Branding, mídias digitais e engajamento
Rob Baker, Diretor de Marketing da Tate
Como as últimas tendências em branding, inovação e engajamento digital
integrados a experiência do visitante no espaço físico de cada instituição
desafiam o papel do museu na sociedade com novos contornos para sua relevância
contemporânea e presença na vida das pessoas?
Painel 4: Diversificação de fontes de receitas: chamado urgente pela a
saúde financeira dos museus. Como os museus se tornam sustentáveis? É
possível equilibrar receitas geradas por sua própria operação com recursos
captados de fontes externas? Como este trabalho é realizado estrategicamente
para sua estabilidade a longo prazo? Como o relacionamento com seus públicos se
integra a programas de sócios e doadores? E de que forma a atuação social do
museu se integra as escolhas de financiamento? Quais outras alternativas de
recursos aos museus?
Jonathan Newby, Diretor-Adjunto, Science Museum
Paulo Vicelli, Diretor de Relações Institucionais da Pinacoteca
Raquel Novais, Diretora Executiva Adjunta do Inhotim
Lucimara Letelier, Diretora Adjunta de Artes, British Council Brasil e
Coordenadora do Programa Transform de Museus
Stand up! Museus em 2026!
Encerramento – Coral Uma Só Voz
Quarta-feira, 23 de novembro
Visita de Estudos guiada por museus do Rio de Janeiro realizada somente pelos palestrantes.
Visita de Estudos guiada por museus do Rio de Janeiro realizada somente pelos palestrantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário