quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Conferência Internacional realizada pelo British Council e Museu do Amanhã vai debater o poder transformador dos museus e reunirá especialistas de oito países nos dias 21 e 22 de novembro

Qual o papel dos museus hoje e como eles podem se tornar mais ativos nas causas urgentes da humanidade? Afinal, para que servem os museus? Com o objetivo de responder a questões como estas, especialistas do Reino Unido (Inglaterra e Escócia), Chile, Itália, Colômbia, Trinidad e Tobago, Venezuela e Brasil (Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco) vão se reunir, nos dias 21 e 22 de novembro, para a Conferência Internacional “Museus para Quê?”, do Programa Transform de Museus, realizada pelo British Council e Museu do Amanhã, com patrocínio do BNDES.

Durante os dois dias da conferência serão apresentados painéis sobre cinco grandes temas: Museus e Ativismo Social; Politicas públicas; Engajamento e conexão com os públicos; Sustentabilidade financeira; Inovação, branding e novas mídias. Os tópicos foram definidos pelos parceiros do programa Transform e representam áreas de desenvolvimento mútuo entre os setores de museus do Reino Unido e Brasil.
Para Martin Dowle, diretor do British Council no Brasil, “O British Council fortalece a troca de experiências neste setor porque entendemos a importância que museus tanto no Reino Unido como no Brasil passaram a assumir na economia dos países, na revitalização das cidades e no desenvolvimento social. Museus têm um papel fundamental em desenvolver e educar a sociedade. O Reino Unido tem ampla experiência em desenvolver público, atraindo grupos como pessoas jovens e excluídas para aproveitar o que os museus têm para oferecer”.

Alexandre Fernandes, diretor de Desenvolvimento de Públicos do Museu do Amanhã, destaca que uma das missões da instituição é oferecer insumos para que o público desenvolva um senso de pertencimento às causas do Museu. “A conferência internacional será uma oportunidade para reforçar a nossa proposta de esclarecer conceitos equivocados e propiciar que o visitante aprofunde seu conhecimento. Queremos estimular o pensamento crítico de cada um, a consciência sobre a importância das nossas atitudes, e principalmente incentivar o engajamento em causas importantes”, reforça.

British Council contribuiu na parceria entre museus
A presença de Jonathan Newby, diretor-adjunto do Science Museum, grupo de museus no Reino Unido que recebeu 5,5 milhões de visitantes no último ano, em conjunto com o Museu do Amanhã, que alcançou 1 milhão de visitantes em oito meses, marca uma das ações do Programa Transform, que contribuiu para consolidação da parceria entre os dois museus assinada durante os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.  Os dois museus atuam no campo da democratização do acesso ao conhecimento científico e a conexão direta a causas socioambientais de interesse público, tema que os debates da conferência irão aprofundar.
Lucimara Letelier, curadora da Conferência e Diretora Adjunta de Artes do British Council, explica que em todo o mundo o papel do museu passa por uma ressignificação. “O museu atual não está centrado no objeto e expande sua atuação para muito além de suas instalações físicas para se tornar mediador entre a sociedade e as transformações que precisam acontecer. A Conferência vai falar do museu vivo, ativo, conectado à vida das pessoas e às causas mais urgentes para todos”, diz.

Palestras
Os palestrantes Keynote abrem a conferência inspirando a todos com os desafios e questões para museus ao se posicionarem sem neutralidade diante de causas contemporâneas e sociais, mesmo as mais polêmicas e difíceis de serem tratadas frente ao público visitante. 

Richard Benjamim, diretor do International Slavery Museum (Museu da Escravidão), de Liverpool, representa um museu que atua de forma muito integrada a ONGs internacionais em causas relacionados ao racismo, buscando a conscientização e ativismo do público visitante. A instituição, que se consolidou como um polo internacional nas pesquisas sobre direitos humanos, aborda aspectos históricos e contemporâneos da escravidão de forma contundente, evidenciando, por exemplo, casos de “escravidão moderna”. Maria Ignez Mantovani, presidente do International Council of Museums Brasil (ICOM), traz a experiência brasileira. 

Rob Baker, diretor de marketing da Tate, um dos museus de arte moderna mais populares do mundo, vai abordar como as últimas tendências em branding, inovação e engajamento digital desafiam o papel do museu na sociedade e reposicionam sua relevância contemporânea e presença na vida das pessoas trazendo o caso do recente projeto da Tate Modern #TateExchange

Para debater a realidade que os museus podem transformar, haverá painel com Martin Bellamy, do Glasgow Open Museum; Rayen Gutierrez, do Museo de La Memoria y los Derechos Humanos, do Chile; Marilia Bonas, do Museu da Imigração de São Paulo; e Laura Taves, gerente de Relações Comunitárias do Museu do Amanhã. Será uma discussão do compromisso dos museus com povos imigrantes, com comunidades diretamente impactas pelos temas de atuação de cada museu.

Luigi Di-Corato, diretor da Fundação de Brescia, na Itália, integra o painel de políticas públicas, focando no que elas podem fazer pelo desenvolvimento do setor, além de trazer a perspectiva da Itália sobre a relação entre museus e refugiados. Também participam Renata Motta, da Secretaria de Estado de Cultura São Paulo; Eneida Braga, do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM); e Joanne Orr, diretora-executiva da Museums  Galleries Scotland, que realizou diversos intercâmbios com o Estado de São Paulo.
Ativismo social dos museus

Janaina Melo, gerente da Escola do Olhar do Museu de Arte do Rio (MAR), fará palestra sobre o processo de atração e diversificação de públicos, e terá a seu lado Victoria Pinnington, diretora de Comunicações e Geração de Receitas do Horniman Museum & Gardens, museu da região periférica de Londres que atua junto a diversas comunidades de imigrantes; e Luiz Eduardo Sarmento, gerente do Paço do Frevo, de Recife. Juntos, eles debatem como o museu engaja de fato seus públicos aos temas trabalhados pelo museu e que desafios existem na busca por conectá-los.

“Este encontro é uma oportunidade ímpar para o setor museológico brasileiro que vai reunir Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Mato Grosso e outros estados para olharem para experiência dos museus brasileiros, a partir deste intercâmbio com o Reino Unido e o mundo, por melhores práticas de gestão e ativismo social dos museus”, complementa Lucimara.

A Conferência celebra quatro anos do programa Transform de Museus, que reuniu mais de 2.000 profissionais de 200 organizações do Reino Unido e Brasil em seminários, cursos, fóruns, visitas de estudos, parcerias entre museus e Universidades.  Resultado do legado cultural entre as Olimpíadas de Londres e do Rio de Janeiro, o Transform aconteceu de 2012 a 2016, também nas áreas de economia criativa, cinema, dança, literatura, música e teatro.

Sobre o Transform
O Transform, programa de artes e cultura do British Council, conectou mais de 200 organizações do Reino Unido e do Brasil entre 2012 e 2016. Produtores, artistas e autoridades participaram de iniciativas que estão transformando a maneira como se trabalha em setores como Museus, Orquestras, Acessibilidade nas Artes, Dramaturgia e Teatro e Economia Criativa, com aprendizados mútuos e profundo impacto na formação de novas capacidades e novas lideranças. http://transform.britishcouncil.org.br
Sobre o British Council
O British Council é a organização internacional sem fins lucrativos do Reino Unido para relações culturais e oportunidades educacionais. Seu trabalho busca estabelecer a troca de experiências e criar laços de confiança por meio do intercâmbio de conhecimento e de ideias entre pessoas ao redor do mundo. A organização está presente em mais de 100 países e trabalha com parceiros como os governos em diversas instâncias, organizações não-governamentais e iniciativa privada, em ações relacionadas à promoção da língua inglesa, cultura, artes, educação e programas sociais.www.britishcouncil.org.br.
Museu do Amanhã
Eleito o melhor museu da América do Sul e Central pelo Leading Culture Destinations Awards, prêmio britânico considerado o “Oscar” do setor, o Museu do Amanhã se consolida como uma das principais atrações turísticas da cidade do Rio de Janeiro e do Brasil. Com menos de um ano de operação, a instituição bateu a marca de 1,2 milhão de visitantes, com média diária superior a 5 mil pessoas.

Gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), o Museu fechou parcerias e acordos de cooperação científica com instituições de renome como Google, Science Museum Group, British Council, Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e Fundação Dom Cabral. Os patrocinadores são: Banco Santander (Máster), Shell e ENGIE.
BNDES
O BNDES é patrocinador da Conferência Museus para Quê?, e parceiro do British Council em diversas iniciativas do Programa Tranform de 2012 a 2016, como parte das ações do Departamento de Economia da Cultura.

SERVIÇO
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL ”Museus para Quê?”  
21 e 22 de Novembro de 2016
Local: Museu do Amanhã (Praça Mauá, nº 1)
#MuseusParaQue? #TransformArts
Realização: British Council - Correalização: Museu do Amanhã

PROGRAMAÇÂO 
Segunda-feira, 21 de novembro
Tarde
Sessões no Observatório do Amanhã sobre Museus e acessibilidade, Museus e formação, Museus e Redes. Visita ao Museu do Amanhã para os participantes da conferência.
Abertura
Participam da abertura Ricardo Piquet, diretor do Museu do Amanhã, Martin Dowle, diretor do British Council Brasil,Luciane Gorgulho, chefe do Departamento de Cultura, Entretenimento e Turismo do BNDES, e Lucimara Letelier, diretora-adjunta de Artes, British Council
Palestras dos Palestrantes Keynotes
Para que servem os museus, hoje? Que propósito terão no futuro? O tema central da Conferência desafia o papel que os museus podem desempenhar na sociedade, inspirando a discussão sobre um comprometimento mais significativo da parte dos museus em direção a um engajamento real com questões sociais contemporâneas. Ao mesmo tempo, iremos tratar de assuntos relacionados a políticas públicas e sustentabilidade financeira como catalizadores para um impacto mais eficaz do museu. Richard Benjamim traz a experiência do Slavery Museum e de outras partes do mundo em causas ligadas à injustiça social e ao ativismo, enquanto Maria Ignez Mantovani fala sobre os museus brasileiros e de outras partes do mundo em causas ligadas à injustiça social e ao ativismo.
Richard Benjamin, diretor do International Slavery Museum, Liverpool
Maria Ignez Mantovani, Presidente do ICOM Brasil
Terça-feira, 22 de novembro
Painel 1: Que realidades podemos transformar?  Museus redesenham o futuro olhando o passado, dialogando com o presente com os que pensam, vivem e empreendem novos caminhos para todos. De que forma os museus atuam em Revitalização Urbana, Inclusão Social, Acessibilidade, engajamento comunitário, Ativismo e áreas de saúde participando e estimulando a construção de novas sociedades.
Martin Bellamy, Diretor de Pesquisa e Curadoria, Glasgow Museums
Laura Taves, Gerente de Relações Comunitárias, Museu do Amanhã
Rayén Gutiérrez, Relações Internacionais, Museo de La Memoria Y Los Derechos Humanos
Marilia Bonas, Diretora, Museu da Imigração
Painel 2: Politicas Públicas: O que elas podem fazer por todos? Como são as políticas públicas para Museus pelo mundo? Exemplos da Escócia, Itália e Brasil dialogam sobre elementos fundamentais para uma política pública eficiente que fortaleça a institucionalidade das organizações, os processos de formação e condições propícias para maior impacto com indicadores mensuráveis.
Joanne Orr, Diretora-executiva, Museums & Galleries Scotland
Luigi Di-Corato, Diretor, Fondazione de Brescia, Itália
Eneida Braga, Diretora de Difusão, Fomento e Economia dos Museus, IBRAM
Renata Motta, Coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico (UPPM)/ Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo
Mariana Varzea, Diretora, Inspirações Ilimitadas Projetos Culturais
Painel 3: Quem e como conseguimos conectar? Os museus buscam atrair, manter e diversificar seus públicos em um movimento cíclico e constante. Como é na prática, este processo do museu em busca de uma conexão única que considera as identidades e afetos que se formam e possibilitam uma atuação cada vez mais coletiva e integrada dos museus com seus públicos e as causas da sociedade.
Victoria Pinnington, Diretora de Comunicações e Geração de Receitas do Horniman Museum & Gardens
Janaina Melo, Gerente da Escola do Olhar, Museu de Arte do Rio (MAR)
Eduardo Sarmento, Gerente do Paço do Frevo
Juan Pablo Gaviria, Chefe de Inovação e Desenvolvimento, Parque Explora, Colômbia
Luis Marcelo Mendes, Consultor de Museus
Palestra Keynote: Branding, mídias digitais e engajamento
Rob Baker, Diretor de Marketing da Tate
Como as últimas tendências em branding, inovação e engajamento digital integrados a experiência do visitante no espaço físico de cada instituição desafiam o papel do museu na sociedade com novos contornos para sua relevância contemporânea e presença na vida das pessoas?
Painel 4: Diversificação de fontes de receitas: chamado urgente pela a saúde financeira dos museus. Como os museus se tornam sustentáveis? É possível equilibrar receitas geradas por sua própria operação com recursos captados de fontes externas? Como este trabalho é realizado estrategicamente para sua estabilidade a longo prazo? Como o relacionamento com seus públicos se integra a programas de sócios e doadores? E de que forma a atuação social do museu se integra as escolhas de financiamento? Quais outras alternativas de recursos aos museus?
Jonathan Newby, Diretor-Adjunto, Science Museum
Paulo Vicelli, Diretor de Relações Institucionais da Pinacoteca
Raquel Novais, Diretora Executiva Adjunta do Inhotim
Lucimara Letelier, Diretora Adjunta de Artes, British Council Brasil e Coordenadora do Programa Transform de Museus
Stand up! Museus em 2026!
Encerramento – Coral Uma Só Voz

Quarta-feira, 23 de novembro
Visita de Estudos guiada por museus do Rio de Janeiro realizada somente pelos palestrantes.

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