terça-feira, 2 de setembro de 2014

BATE PAPO CULTURAL ENCERRA A EXPOSIÇÃO LUZES DA CIDADE


Bate-papo aberto ao público encerra exposição de Lia Letícia no IAC


Nesta última sexta-feira de agosto, dia 29, às 19h, um bate-papo aberto ao público encerrou a exposição Luzes da Cidade, da artista gaúcha Lia Letícia, no Instituto de Arte Contemporânea do Recife. Além da artista, o Prof. Dr. Eduardo Romero e a produtora cultural Rosa Melo participam da conversa que promete debater questões relativas a arte e ao uso do espaço público. 

Lia se mudou pela primeira vez de Porto Alegre para o Recife no auge do movimento manguebeat. Integrou o agitado coletivo artístico Molusco Lama, que no final dos anos noventa ocupou duas casas na Praia dos Milagres, em Olinda. Foi garçonete na Soparia e no Boratcho, bares que serviram de cenário a muitas noitadas na efervescência cultural do período. E virou artista plástica em Pernambuco.

Lia morou no Recife dos 21 aos 33 anos de idade, e então resolveu fazer o caminho de volta. Viveu em Porto Alegre de novo por mais três anos antes de trocar mais uma vez sua cidade natal pela capital pernambucana. Dessa vez até hoje. Da convivência com as duas cidades,  nasceu uma produção entrecortada por impressões, afetos e questionamentos que tocam temáticas cotidianas como a mobilidade urbana e o espaço humano nas metrópoles.

Em Luzes da Cidade, Recife e Porto Alegre interpretados por Lia Letícia existem lado a lado. É este o recorte da trajetória da artista que poderá  ser visitado durante todo o mês de agosto no IAC/UFPE (Instituto de Arte Contemporânea da Universidade Federal de Pernambuco). Trata-se da terceira mostra individual de Lia (as anteriores aconteceram justamente em Recife e em Porto Alegre). “Esta exposição aposta, através das obras, em um sentimento urbano universal”, explica.

Sala a sala 

Não há Vagas - a instalação se relaciona com a dinâmica das novas metrópoles e com o conflito existente entre espaço humano e espaço mecânico. “Levava meu filho a pé pra escola em Porto Alegre, há três quadras da minha casa. No percurso, as calçadas eram perigosas, com inúmeras entradas e saídas de garagem. A série surge desta percepção materna, para em seguida se transformar numa percepção da cidade como um organismo que cria curas e doenças”, observa Lia, que mapeou estacionamentos usando a fotografia analógica. Além de experimentar texturas diversas, o trabalho registra a destruição de inúmeras construções que se tornaram prédios-garagem na cidade, perdendo suas fachadas e sua arquitetura original.

R$ 2,15 é roubo – Neste ambiente, a artista reuniu e ampliou pedaços de papel com mensagens impressas que costumam ser distribuídas por pedintes dentro de ônibus e transportes coletivos. Ao transformar esses bilhetes em quadros luminosos, Lia expõe a contradição e a crise de valores presentes nesses pedidos de ajuda, que muitas vezes banalizam e instrumentalizam a miséria. “O título, retirado de pichações na cidade de Recife, flerta com uma certa utopia poética presente em protestos e manifestações políticas”, comenta.  


Informações(81) 32270657

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