Entre Dois Mundos: A poética da conexão e a essência de Regina Sorbello
A exposição “Entre Dois Mundos” é mais do que uma mostra de arte: é um convite à escuta sensível e à introspecção. Nas telas da artista brasileira Regina Sorbello, a matéria torna-se linguagem e a cor, respiração. Suas pinturas, densas e silenciosas, operam como pontes entre o que é visível e o que é essencial, entre o que se mostra e o que se percebe.
A arte, para Sorbello, é um ato de resistência e de cura, uma forma de permanecer inteira diante do mundo. Como ela mesma afirma, “a arte é o meu modo de respirar.”
A trajetória da artista é marcada por reencontros. Após anos dedicados a rotinas e negócios, Sorbello reencontrou o gesto de pintar, um retorno que também foi renascimento.
A pintura, que um dia foi semente, hoje floresce como um espaço de escuta e entrega total ao processo criativo.
Em sua poética, pintar é transmutar: transformar o sentir em forma, o invisível em presença.
A tela é a “pele do trabalho”, um território onde gestos, camadas, memórias e silêncios se acumulam. Cada textura é uma cicatriz convertida em beleza; cada fissura, uma metáfora da condição humana. Frágil, impermanente e em constante reconstrução.
Sorbello rejeita a pressa e a superficialidade do tempo contemporâneo. Escolhe o ritual lento da pintura como gesto de resistência. Entre o pigmento e o silêncio, decanta a cor e amadurece o olhar. Seu processo é intuitivo, orientado por uma escuta interna onde a matéria revela o que o corpo cala. Ela não busca ilustrar o real, mas traduzir o indizível, perseguindo a verdade, não a perfeição.
A força expressiva de sua obra nasce da manipulação tátil e orgânica da matéria pictórica. Trabalhando com tinta a óleo e/ou acrílica, Sorbello utiliza pincéis, goivas, raspagens e a técnica do sgraffito. Suas composições oscilam entre tons terrosos, que evocam presença e solidez, e tons azuis, que sugerem silêncio, leveza e
interioridade.
“Entre Dois Mundos” propõe uma travessia: um espaço de pausa, contemplação e escuta.
A arte de Regina Sorbello revela que entre o que se parte e o que renasce habita a essência do humano e o respiro da pintura.
Carla Schwab
Artista Visual e curadora
A exposição está em cartaz no
La Rauxa Café
Rua Eurípedes Garcez do Nascimento, 906 – Ahú
Curitiba-PR
de 08/12/2025 à 08/03/2026
Crédito das imagens: Azama Fotografia
de segunda as sextas-feiras das 11h às 18h
aos sábados das 9h às 11h
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