Imagem: Divulgação
Obra apresenta legado do
cineasta para as novas gerações
“Uma
ideia na cabeça e uma câmera na mão”. A célebre frase atribuída a Glauber Rocha
muita gente conhece. Mas, o que de fato se passava em sua cabeça durante o
processo criativo do mais conhecido cineasta brasileiro internacionalmente? É
com o propósito de trazer à luz essa trajetória, em especial para as novas
gerações, que chega ao mercado “Glauber Rocha: Cinema, Estética e
Revolução”, de Humberto Pereira da Silva, editado pela Paco Editorial.
Há pelo menos 52 anos Glauber Rocha inspira produções nacionais. Essa é a idade
de “Deus e o Diabo na terra do Sol”, filme que inaugurou o Cinema Novo e até
hoje é seu maior representante. Incompreendido em seu tempo, e perseguido por
seu posicionamento e militância politica e cultural, Glauber cravou seu nome
entre os grandes do cinema nacional com “Terra em Transe” (de 1967), uma dura
crítica a realidade do país no início da ditadura. “O Cinema Novo, é uma fonte
constante de estímulo para pensarmos as condições de produção artística num
país como o Brasil”.
Orelha ilustre: Cacá
Diegues. Ninguém menos que um dos diretores de cinema mais expressivos do país
ainda ativo assina a orelha do livro. Também criador do Cinema Novo, Diegues
foi um dos amigos mais presentes de Glauber Rocha. “Cacá entende que as novas
gerações não podem perder de vista uma obra tão importante como a de Glauber”,
diz o autor Humberto sobre a colaboração.
Ideia na cabeça: “É uma obra
introdutória, que acompanha a vida de Glauber, com linguagem direta, sobre a
trajetória artística e de ativista cultural de Glauber Rocha (falecido há 35
anos), para que se conheça seu processo criativo em conjunto com suas posições
políticas. É tratada também a recepção de seus filmes, desde a época do Cinema
Novo até o derradeiro, ‘A Idade da Terra’, que gerou enorme polêmica no
Festival de Veneza”, explica Pereira da Silva, que aposta nesse conjunto como o
diferencial de seu título.
Glauber desconhecido: Para
escrever o livro, foram sete meses de dedicação à memória e legado do cineasta,
perpetuados por sua mãe Dona Lucia - falecida há 2 anos aos 94 anos - e filha,
Paloma Rocha – fontes diretas na produção. “Por elas, pude colher informações
importantes sobre pontos obscuros da vida de Glauber, principalmente do período
em que ele esteve no exílio, durante a Ditadura Militar”, relata. Lançada em
fim de junho, com a presença de críticos como Zé Geraldo Couto, em São
Paulo, a obra já está disponível para todo o Brasil na livraria virtual da
Paco: http://goo.gl/WkIWzW e pontos de venda físicos.
Sobre o autor: Humberto
Pereira da Silva é crítico de cinema há quase 20 anos, e pesquisa o cinema
nacional e suas relações com a produção artística brasileira. É professor
universitário há 19 anos, atualmente lecionando Ética e Filosofia (graduação) e
Estética na pós de Fotografia da FAAP. É formado em Matemática e Física
(PUC-SP) e Filosofia (USP).
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