Imagem: Divulgação
Para escrever “O quinto evangelho”, o autor mudou-se para a cidade do
Vaticano, onde morou por 10 anos e levantou extenso material de pesquisa
Os irmãos Alex e Simon Andreou tiveram a religião como cerne de suas
vidas desde a infância. Moram há muitos anos na cidade do Vaticano, para onde
foi o pai, um sacerdote, e onde também está o tio, renomado cardeal.
Já adultos, os irmãos seguiram caminhos diferentes: Alex é sacerdote da
Igreja Católica Oriental, uma vertente no meio do caminho entre a instituição
de Roma e os ortodoxos – ele, inclusive, se casou e tem um fiho pequeno, Peter.
Já Simon é padre da Igreja Romana, onde trabalha numa posição de destaque. No
momento em que a trama de “O quinto evangelho” encontra os dois,
estamos nos meses finais do pontificado de João Paulo II. Na época, o Papa
tentava a todo custo promover uma reconciliação entre as duas maiores igrejas
cristãs do mundo: a católica romana e a ortodoxa.
O terceiro vértice da história é Ugo Nogara, o curador de uma
misteriosa e grandiosa exposição que está prestes a estrear no Museu do
Vaticano. Ele tem contado com a ajuda dos dois irmãos nas pesquisas que
prometem resultar numa revelação bombástica: com base no texto de um
recém-descoberto quinto evangelho, ele alega ter provas concretas de que o
Santo Sudário – uma das relíquias mais controversas do catolicismo – é mesmo
autêntico.
Poucos dias antes da abertura, no entanto, Nogara é encontrado morto
nos jardins da casa de verão do Papa. No mesmo dia, um homem desconhecido
invade o apartamento de Alex. Como a polícia não chega a nenhuma conclusão
sobre os incidentes, o sacerdote decide investigar o crime por conta própria.
Mas à medida que se embrenha mais profundamente nas descobertas de Nogara, ele
percebe que os segredos revelados pelo curador podem mudar a Igreja Católica
para sempre.
Ian Caldwell é coautor de “O enigma do quatro”, best-seller que vendeu
2 milhões de exemplares nos Estados Unidos e foi traduzido para 35 idiomas.
Para escrever “O quinto evangelho”, passou 10 anos morando na cidade do
Vaticano, onde levantou um vasto material. O resultado é que a obra, que chega
às livrarias em julho pela Record, mistura o ritmo dinâmico e eletrizante de um
thriller com a erudição literária e a rigorosa pesquisa de Caldwell.
TRECHO:
“Virei-me para Simon, esperando que ele dissesse alguma coisa. Diante
de seu silêncio, porém, não pude ficar calado. A datação por carbono havia
chocado nossa igreja e arrasado papai, que tinha depositado todas as esperanças
na autenticação científica do sudário como elo entre católicos e ortodoxos.
Papai havia passado toda a carreira tentando fazer amigos entre os ortodoxos e,
antes do anúncio do veredicto sobre a datação, ele e seu assistente, Michael
Black, conclamaram, imploraram e tentaram persuadir com lisonjas os padres
ortodoxos de toda a Itália a se unirem a eles na coletiva de imprensa em Turim.
Apesar do risco de desagradar seu bispo, alguns desses sacerdotes compareceram.
Seria um marco, se não tivesse sido uma catástrofe. Os testes de carbono-14 apontaram
que o tecido de linho era da Idade Média.”
Ian Caldwell é formado em História pela Universidade de Princeton.
Tornou-se integrante da sociedade Phi Beta Kappa, uma das mais prestigiadas
distinções do universo acadêmico norte-americano. Mora com a esposa e o filho
na Virginia.
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