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O Red Food, desenvolvido pelo barista Leo Moço,
nasceu com o objetivo de melhorar o processo de produção do café em pequenas
propriedades
Até meados da década de 1970, mais de 30% do café
consumido no mundo era produzido no Estado do Paraná. Agora, em pleno ano de
2016, o café paranaense volta a ganhar destaque internacional, não mais pela
quantidade, mais sim pela qualidade. Muita dessa excelência paranaense se deve
ao projeto Red Foot, desenvolvido pelo barista Leo Moço, consagrado com o
título de Melhor Barista do Brasil nos anos de 2013 e 2015.
Lançado no final de 2014, o Red Foot tem
por objetivo apoiar pequenos produtores, geralmente envolvidos nos
conceitos da agricultura familiar, e ajudá-los a melhorar a qualidade do seu
trabalho elevando à categoria dos grãos ao “café especial”. “O objetivo do Red
Foot é melhorar o processo de produção do café e ajudar essas famílias a
desenvolver o negócio. Me sinto muito feliz em entrar em pequenos sítios e
contribuir para a melhoria da vida dessas pessoas e, consequentemente, para a
melhoria do café do Estado do Paraná”, comenta Leo Moço, idealizador do
projeto.
Para o especialista, não existe grão ruim e sim
processo de produção inadequado. E é nesse conceito que o projeto Red Foot concentra
seus esforços: mostrar para os produtores que a qualidade do café está no
processo de produção, passando por todas etapas até, por exemplo, a colheita e
armazenamento. “Nós entendemos que não há região ruim para se produzir cafés de
qualidade, mas sim, maus processos aplicados a cada tipo de clima e ambiente”,
explica.
A primeira parceira do projeto foi com o pequeno
produtor Evilásio Mori, da cidade de Cambira. Após um ano de trabalho, os grãos
contribuíram para Leo Moço conquistar o Campeonato Brasileiro de Barista;
representaram o país no World Barista Championship e no World Brewers Cup,
realizados em Dublin, na Irlanda; e venceram o Concurso Café Qualidade do
Paraná na categoria “Cereja Descascada”. Além dos prêmios, o produtor
Evilásio Mori viu o valor de venda das sacas do seu café aumentarem cinco
vezes.
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“Passei um bom tempo tentando oferecer meu café aos
estabelecimentos aqui de Curitiba, nunca tive um retorno. Por coincidência, uma
conhecida era também cliente do Leo e levou o café até ele, imediatamente ele
viu o potencial do grão e teve a ideia do projeto. Hoje ele nos ajuda a
implementar os melhores processos de acordo com o nosso clima, e dar mais
qualidade ao produto, o que aumentou o valor de venda das sacas”, conta
Evilásio.
Ao começar o trabalho com o produtor, Leo Moço
percebeu que o agricultor não entendia do processo em si, estava acostumado com
produção em grande escala, sem se preocupar em como ela poderia ser melhorada.
Por isso, ele passou alguns dias na fazenda, junto com o agricultor, analisando
e vendo como tudo aquilo poderia evoluir. “A grande maioria dessas famílias
está acostumada com esse processo de produção, eles não sabem como melhorar,
não tem incentivo para tal. Hoje, o Evilásio já sabe a importância disso,
consegue produzir lotes de cafés especiais de alta qualidade. Outras famílias
já fazem parte do projeto, e não vamos parar por aí, nosso objetivo é quebrar
esses paradigmas, e comprovar que café de alta qualidade pode ser sim,
produzido aqui”, acrescenta o especialista.
Segundo Leo Moço, o Red Foot presta
consultoria a esses pequenos produtores, criando uma cadeia sustentável de
produção com preços justos da saca à xícara. “Precisamos criar uma cadeia de
conscientização dessas famílias, para que elas possam produzir um café de
qualidade. O Paraná tem um grande potencial produtor, mas precisa de incentivo,
esse é o nosso objetivo”, finaliza.
Para mais informações sobre a microtorrefação,
acesse o site www.cafedomoco.com.br.
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