terça-feira, 17 de janeiro de 2017

História sociopolítica da língua portuguesa

Imagem: Divulgação


Temos aqui uma história sociopolítica da língua portuguesa numa perspectiva que privilegia a suspeita e a crítica das narrativas, procurando trazer para as discussões boa parte da diversidade de opiniões e concepções sobre a língua portuguesa.

Revisitamos aspectos da história das sociedades em que a língua portuguesa está presente hegemonicamente como língua primeira de sua população, ou primordialmente como língua segunda (assuntos do capítulo I).
Quisemos entender as bases dos discursos contemporâneos sobre a língua portuguesa, em especial os que ocorrem subsumidos sob o termo lusofonia (assunto do capítulo II). Este objetivo nos conduziu a curiosas fabulações como a do Quinto Império (tão extensamente explorada pelo Padre Vieira) ou a do Império da Língua Portuguesa (forjada, em diferentes chaves, pelo poeta Fernando Pessoa e por Agostinho da Silva); bem como às diversas concepções político-imperiais desde o milenarismo da corte de D. Manuel I, no século XVI, até a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no século XX.

 
De 1822 a 1974, a língua portuguesa foi, em geral, tema sociopolítico de apenas dois países — Portugal e Brasil. Para acompanhar as questões postas nesse período de um século e meio foi preciso passar em revista a história das relações entre os dois países, ora próximos, ora distantes. O fim do colonialismo português na África e na Ásia, em 1974, trouxe novos atores para a cena, ampliando as questões sociopolíticas que envolvem a língua, principalmente a gestão dos temas que são do interesse multilateral e sua promoção internacional (assuntos que abordamos no capítulo II).
Embora vários aspectos da história sociopolítica da língua portuguesa no Brasil tenham sido já analisados por filólogos e linguistas, achamos importante repassá-los aqui porque sempre é possível oferecer interpretações diferentes para os fatos.

Este livro foi tomando forma nos últimos dez ou quinze anos em decorrência do nosso envolvimento, acidental ou intencional, com questões de política da língua. O tema se mostrou mais exigente do que antevisto. Cobrava a cada passo um esforço de destrinçamento de uma complexa rede de fatos, narrativas e pressupostos ideológicos sem o qual pouco se poderia oferecer ao leitor. Esperamos que o conjunto aqui publicado contribua para uma compreensão mais detalhada de vários aspectos da história sociopolítica da língua portuguesa e para o trato dos desafios sociopolíticos que o presente e o futuro nos apresentam.


Serviço:
História sociopolítica da língua portuguesa
Carlos Alberto Faraco
ISBN: 978-85-7934-109-0
Dimensões 17 x 24 cm
valor: R$65,00


SOBRE O AUTOR
Carlos Alberto Faraco é professor titular (aposentado) de língua portuguesa da Universidade Federal do Paraná. Fez mestrado em linguística na Unicamp e doutorou-se em linguística românica na Inglaterra, tendo feito um estágio de pós-doutorado em linguística na University of California. Foi reitor da UFPR de 1990 a 1994. Foi professor de português no ensino médio de Curitiba. Publicou vários livros entre os quais Linguística histórica; Linguagem escrita e alfabetização; Linguagem & Diálogo: as ideias linguísticas do Círculo de Bakhtin e Norma culta brasileira: desatando alguns nós. É autor de Português: língua e cultura, livro didático para o ensino médio, e coautor dos livros didáticos Prática de texto para estudantes universitários e Oficina de texto, com o romancista Cristovão Tezza. Atualmente, é o coordenador da Comissão Nacional do Brasil junto ao Instituto internacional da Língua Portuguesa (IILP), da CPLP-Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.


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