Imagem: Divulgação
Especialista no mercado de luxo comenta as
diferenças dos grandes conglomerados e do luxo democrático no mercado atual
Marcas como Hermès, Chanel, Cadolle e Christian
Louboutin resistem às investidas de aquisição dos grandes conglomerados,
oferecendo produtos que não se enquadram na esfera democrática, pois conservam
o conceito de luxo verdadeiro. São peças originais, excepcionais e que
apresentam produção artesanal, restrita a poucos consumidores. “Por isso, a
compra destes produtos é um ato cerimonial, uma experiência única e envolvente”,
afirma a especialista no mercado de luxo, Carolina Boari. Segundo ela, enquanto
a maioria das marcas de luxo busca estratégias que tragam mais lucro, cujos
produtos tornam-se mais disponíveis, perdendo a referência da tradição e
unicidade, o luxo original corresponde a produtos de aquisição restrita, em
função do elevado valor, bem como da seleção da clientela.
O luxo democrático sobrevive do consumismo,
enquanto o tradicional encontra respaldo na qualidade superior, no serviço de
excelência, bem como na estratégia de proporcionar o máximo de encantamento ao
consumidor, o que inclui, dentre outras ações, horários reservados de venda, e
um atendimento íntimo que beira a amizade, já que o vendedor conhece todas as
preferências de seu consumidor.
Christian Louboutin, estilista francês de sapatos,
conhecido pelos modelos bem estruturados e de sola vermelha, permanece com o
capital de sua empresa fechado, oferecendo produtos exclusivos, que denomina de
“Cinderela”, ou seja, únicos para cada consumidora. Louboutin afirma que luxo é
“[...] educar os olhos para ver a qualidade especial”. Nesse cenário, é
possível perceber que o luxo se democratizou, mas ainda conserva traços
singulares que diferenciam esse setor dos demais voltados ao consumo de massa.
Ainda há um luxo restrito a clientes extremamente ricos, em que as lojas vão ao
encontro dos consumidores que buscam mais refinamento e exclusividade.
Assim, o luxo na contemporaneidade é plural, suas
representações são distintas, porém, o prazer da experiência proporcionada pelo
consumo de bens desse segmento é sempre muito intenso, seja para ostentação, para
altruísmo ou para o próprio deleite. O que há de diferente da origem do luxo
para os tempos modernos é o alcance que esse mercado possui. “Antes
restrito à nobreza, o luxo atual pode ser usufruído por quem desejar, até mesmo
com condições de parcelamento, como ocorre no mercado brasileiro”, diz a
especialista.
O mercado de luxo antes era controlado por empresas
familiares que buscavam a excelência de seus produtos, cujas principais
características são perfeição, singularidade quanto à sua concepção, confeccionados
com materiais nobres, cuidados artesanais, buscando o refinamento dos detalhes
e do acabamento, além de possuir um alto controle de qualidade. Foi assim que
se transformou em um negócio altamente lucrativo, disponível a um número cada
vez maior de clientes, que pode adquirir produtos caríssimos, sob encomenda, ou
apenas um perfume, sendo que ambos proporcionam a magia do segmento. Magia que
é ultra explorada nos anúncios publicitários das marcas de luxo.
Mais sobre Carolina Boari
Pesquisadora do mercado de luxo. Trabalha na
divulgação de tendências nacionais e internacionais da área. Com larga
experiência internacional, Carolina traz informações sobre o mercado do luxo
para quem deseja estar por dentro das novidades e inovações e possui
conhecimento em comunicação do mercado de luxo e o consumidor, com ênfase em
teoria semiótica para análise de campanhas publicitárias, lojas, produtos,
ações de marketing especificas desse setor.
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