Imagens: Divulgação
Com quase 270m², a obra dos grafiteiros Rimon
Guimarães e Zéh Palito leva arte e esperança para uma população que tem sofrido
muito com a guerra
No final do mês de abril, os grafiteiros
curitibanos Rimon Guimarães e Zéh Palito desembarcaram na Síria para levar
arte e esperança para a população. Desde 2011, a Guerra na Síria já tirou a
vida de mais de 400 mil pessoas, além de tirar de casa mais de 11 milhões
de pessoas e gerar o número alarmante de 5 milhões de refugiados. Após semanas
de muitas atividades, a dupla acaba de finalizar a maior pintura feita na
Síria: um painel urbano com quase 270m², em Damascus.
A ação artística faz parte do CONEXUS, projeto
coletivo de arte contemporânea nômade, com curadoria da gaúcha Sheila Zago, que
viaja pelo mundo promovendo artistas e desenvolvendo programas educacionais com
parceiros locais. Ao desembarcarem na Síria, com o apoio da Embaixada
Brasileira em Damascus, os grafiteiros e a curadora fizeram parte de uma
residência artística na galeria Mustafa Ali. Dentro da proposta, juntos fizeram
pinturas, colaboraram com artistas locais e ministraram oficinas para crianças
e adolescentes.
Inspirada na liberdade, esperança, paz e amor, a
pintura em Damascus, com quase 270m², é um marco para o país, onde a arte
pública, grafite ou expressões artísticas culturais não são frequentes. “É
muito gratificante fazer parte dessa história. Em meio à guerra
conseguimos finalizar o maior mural de pintura da Síria com muita cor e
alegria. Quando chegamos, vimos que quase não existiam artes públicas. O que se
via na cidade eram apenas pinturas da bandeira do país, pichações políticas e
religiosas, nomes de pessoas, imagens do presidente e todo tipo de propaganda.
Toda a história que isso carrega e a liberdade que tivemos para pintar no
centro da capital deu ainda mais importância para este mural. Por incrível que
pareça o ato que deu início a guerra foi uma pichação feita por adolescentes em
2011. Hoje, durante a guerra, viemos pintar um mural com adolescentes e
crianças com intuito de espalhar o amor e a esperança de um futuro melhor para
o povo sírio”, comenta o artista Rimon Guimarães.
De acordo com a curadora do CONEXUS, Sheila Zago,
após a passagem pela Síria o projeto segue seu caminho pelo mundo. “Em um
momento de forte fluxo de imigração devido a conflitos internacionais, as
pessoas procuram oportunidades para sobreviver, lugares para viver - esperar ou
começar uma nova vida. Muitos acabam vivendo em condições não ideais entre
campos de refugiados e assentamentos, onde a educação não é facilmente acessada
e as crianças e adolescentes muitas vezes deixam de estudar. Nesse contexto, o
Projeto CONEXUS está desenvolvendo programas educativos para atender jovens,
tendo a arte como conector central dos projetos”, completa Sheila Zago.
Como é realizado de forma voluntária, o CONEXUS
depende de doações para cobrir despesas com transporte, alojamento, alimentação
e materiais para o desenvolvimento das ações. Mais informações pelo e-mail
conexusprojectinfo@gmail.com
ou na página oficial do Conexus no Facebook
(www.facebook.com/conexusproject).
Imagem: Divulgação
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