Imagem: Divulgação
Corantes têxteis
Estudo sobre corantes oriundos de árvores nativas
visa moda sustentável e ‘saudável’ no Brasil
Um mestrado orientado no Laboratório de Tecnologia
Têxtil do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) tem como objeto de estudo o
extrato das cascas de seis espécies de árvores nativas, visando
a sua aplicação como corantes em têxteis. Segundo a pesquisadora responsável
pelo projeto, Patricia Muniz dos Santos Silva, mestranda do curso de
Têxtil e Moda da Universidade de São Paulo, o objetivo é encontrar alternativas
mais sustentáveis e menos agressivas ao meio ambiente e à saúde humana para
tingir tecidos, além de incentivar a produção local de acordo com a
disponibilidade das espécies.
“Hoje, em geral, as indústrias têxteis usam
corantes sintéticos, derivados do petróleo”, afirma a pesquisadora,
integrante do Programa Novos Talentos, do IPT. “Muitos desses corantes são
tóxicos, cancerígenos, mutagênicos ou não são biodegradáveis, o que gera também
um problema de descarte no meio ambiente. Os corantes naturais, em geral,
dificilmente são tóxicos e a maioria é biodegradável”, explica Patricia.
O estudo tem previsão de finalização em 2018 e
inclui a coleta de amostras de cascas de seis espécies de árvores localizadas
em unidades de conservação do estado de São Paulo - barbatimão, canjerana,
copaíba, jacarandá-do-cerrado, pacari e sangra d'água. Um estudo visual de
quais delas geram cores mais interessantes será realizado para que duas sejam
escolhidas e analisadas mais a fundo.
Depois de escolhidas as fibras mais adequadas para
os testes, serão observadas as variáveis principais que influenciam no
tingimento. A partir daí, será possível fazer os testes de solidez à luz,
lavagem, suor e fricção nos tecidos tingidos, para entender se os corantes
resistem ao uso das peças em que serão aplicados.
“O estudo se alinha ao conceito de slow
fashion, ou moda lenta, que basicamente diz respeito à produção de peças de
qualidade, com mão de obra adequada e design atemporal, feitas para
durarem mais e causarem menos danos ao meio ambiente e à saúde humana”,
finaliza a pesquisadora.
O IPT é um instituto vinculado à Secretaria de
Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São
Paulo e há mais de cem anos colabora para o processo de desenvolvimento do
país. Para mais informações, entre em contato com a nossa assessoria de
imprensa.
Gabriela Romão
Departamento de Imprensa do IPT
3767-4741
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