quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Exposição e Mesa redonda sobre o Teatro Polonês na UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina, promovido pela Casa da Cultura Polônia Brasil e Programa de Pós-graduação em Teatro


Arte: Dulce Osinski e Everly Giller


POLSKI TEATR – TEATRO POLONÊS

A República da Polônia declarou 2015 como o Ano do Teatro polonês, em comemoração aos 250 anos de existência do teatro público naquele país, a partir da fundação do Teatro Nacional de Varsóvia, o quarto mais antigo criado na Europa. Além disso, neste ano também se comemoram os 130 anos de nascimento de Stanisław Ignacy Witkiewicz, conhecido como “Witkacy”, e os 100 anos de nascimento de Tadeusz Kantor, ambos artistas e dramaturgos.

Atuando como comentarista da realidade polonesa, o teatro na Polônia tem desempenhado, ao longo de sua trajetória, um importante papel social e cultural. Com propostas ousadas e por vezes revolucionárias, característica peculiar às muitas linguagens artísticas de origem polonesa, o teatro polonês influenciou o panorama cênico mundial, seja do ponto de vista estético ou conceitual. Com raízes no período medieval, então com forte caráter religioso, o teatro polonês começa a mudar já no Renascimento, período onde o mecenato surge trazendo novas possibilidades às artes cênicas. Do teatro secular em latim, com origem na Academia de Cracóvia, ao teatro falado em polonês, o Polski Teatr se transforma e utiliza os usos e costumes da sociedade polonesa como tema e com isso passa a ser bastante apreciado.

Num salto na cronologia do teatro, que você poderá conhecer em detalhes visitando essa exposição inédita no Brasil, destacamos que ao longo do século XX, o teatro polonês sofreu as consequências de eventos dramáticos como as duas grandes guerras e as diversas lutas pela liberdade e soberania do país, decorrentes da perda de autonomia política em períodos de dominação alemã ou soviética. As adversidades sofridas nos diferentes períodos históricos resultaram numa considerável variedade de manifestações teatrais de qualidade, muitas delas provenientes de movimentos clandestinos, os quais resultaram não raro no rompimento de convenções e estereótipos.

Nomes como Józef Bielawski (1739-1809), Wojciech Bogusławski (1757-1829), Aleksander Fredro (1793-1876), Stanisław Wyspiański (1869-1907), Leon Schiller (1887-1954), Stanisław Ignacy Witkiewicz, ou Witkacy (1885-1939), Sławomir Mrożek (1930-2013), Tadeusz Różewicz (1921-2014), Jerzy Marian Grotowski (1933-1999), Tadeusz Kantor (1915-1990), Kazimierz Dejmek (1924-2002), Józef Szajna (1922-2008), Adam Hanuszkiewicz (1924-2011), Jerzy Grzegorzewski (1939-2005), Henryk Tomaszewski (1919-2001), Jerzy Jarocki (1929-2012), Krystian Lupa (1943- ), Grzegorz Jarzyna (1968- ), Krzystof Warlikowski (1962- ) e Agnieszka Glińska (1968- ), fazem parte da trajetória do Polski Teatr, com destaque para Tadeusz Morozowicz (1900-1982), que após uma primeira visita ao Brasil em 1926, quando atuava como coreógrafo e solista junto ao Teatro Lírico de Milão, voltou ao país logo depois, vindo a se estabelecer em Curitiba. Apoiado pela Sociedade Polonesa da cidade fundou o Grupo de Teatro Amador (ZAZ), que funcionou até o decreto de nacionalização de Getúlio Vargas, em 1938, o qual proibiu qualquer manifestação em língua estrangeira e posteriormente, em 1927, fundou o Ballet Thalia e no ano seguinte, o Grupo Folclórico Polonês do Paraná. A participação ativa no movimento artístico e cultural paranaense seja com projetos voltados ao público de poloneses e descendentes, seja nas atividades de dança para o público em geral, perdurou até a sua morte, na década de 1980.

O contexto de guerra trouxe também ao Brasil em 1941 o polonês Zbigniew Ziembiński (1908-1978). Considerado um dos fundadores do teatro brasileiro moderno e trazendo consigo uma bagagem sólida de formação, a qual incluía participação em diversos projetos teatrais no contexto polonês, Zimba, como ficou carinhosamente conhecido pelos brasileiros, integrou-se ao meio cultural e teatral do Rio de Janeiro desde sua chegada. Mesmo sem ter conhecimento inicialmente do idioma português, uniu-se aos artistas da companhia amadora “Os Comediantes”, aceitando o convite para dirigir algumas peças. A montagem em 1943 de “Vestido de Noiva”, de autoria de Nelson Rodrigues, marcou época por introduzir a noção do diretor de teatro como aquele que concebe a cena esteticamente, substituindo a ideia do diretor como ensaiador, como era comum até então nos meios brasileiros. Dedicando-se ao repertório de língua portuguesa, foi responsável por levar à Polônia, na década de 1960, obras de autoria de Nelson Rodrigues e Jorge Amado.

Com reprodução de fotos e documentos, esta exposição é uma excelente oportunidade para conhecer um pouco mais sobre o teatro polonês no mundo, com um recorte especial para a contribuição do povo polonês, através de seus imigrantes.

A exposição Polski Teatr / Teatro Polonês, com curadoria de Dulce Osinski e Everly Giller, é uma realização da Casa da Cultura Polônia Brasil e do Consulado Geral da Polônia em Curitiba juntamente com o Programa de Pós-graduação em Teatro (PPGT/UDESC) e Programa de Extensão Imagens Cênicas (DAC/UDESC).



SERVIÇO

Exposição: Polski Teatr - Teatro Polonês
Abertura pela Coordenadora do PPGT Dra. Fátima Costa de Lima, e pela Vice-presidente da Casa da Cultura Polônia Brasil Doutoranda Mari Ines Piekas 
Data: 23 de agosto de 2016, terça-feira
Horário: 13h30
Local: Hall do Bloco Amarelo, Centro de Artes - Universidade do Estado de Santa Catarina. 
Av. Madre Benvenuta, 2007 - Itacorubi - Florianópolis - SC 
Período expositivo: de 23 de agosto a 12 de setembro
Classificação: Aberto a todos os públicos

Mesa redonda: "Imagens e Memórias sobre o Teatro Polonês"
Data: 23 de agosto de 2016, terça-feira
Horário: 14h00
Local: Auditório do Bloco Amarelo, Centro de Artes, Universidade do Estado de Santa Catarina.

O Programa de Pós-graduação em Teatro (PPGT/UDESC) propõe um diálogo entre artistas e pesquisadores/as brasilieiros/as e a exposição POLSKI TEATR – TEATRO POLONÊS. A mesa  reflete sobre o impacto na produção teatral brasileira das imagens históricas de atores, atrizes e encenações polonesas do século XX. Um grupo de convidados responde às seguintes perguntas iniciais: Como o teatro feito na Polônia chegou até você? Quais são as suas memórias sobre o teatro polonês? Uma conversa de rememorações e reflexões entre a atriz Margarida Baird, e os professores Dr. Nini Beltrame, Dr. José Ronaldo Faleiro, e Dr. Marcelo Paiva sobre como o teatro brasileiro a partir dos anos 1970 receberam e perceberam o POLSKI TEATR.

Convidados:

Margarida Baird (Atriz e Diretora do Círculo Artístico Teodora)

Dr. José Ronaldo Faleiro (Programa de Pós-Graduação em Teatro -- PPGT/UDESC)

Dr. Nini Beltrame (Editor da Móin-Móin: Revista de Estudos sobre Teatro de Formas Animadas)

Dr. Marcelo Paiva de Souza (Departamento de Polonês, Alemão e Letras Clássicas - UFPR)



Realização: Casa da Cultura Polônia Brasil; Consulado Geral da Polônia em Curitiba; Programa de Pós-graduação em Teatro (PPGT/UDESC); Programa de Extensão Imagens Cênicas (DAC/UDESC);

Apoio: Sociedade Polono Brasileira Tadeusz Kosciuszko; Braspol; Núcleo de Comunicação (CEART/UDESC); Projeto de Extensão Banco de Dados e Imagens Cênicas (DAC/UDESC).

Informações e horário de visitação: de segunda à sexta-feira de 8h00 as 21h00 
ou pelo telefone:  Programa de Pós-graduação em Teatro (48) 3664-8353

ENTRADA FRANCA

Casa da Cultura Polônia Brasil

55 41 3088 0708


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