Arte: Dulce Osinski e Everly Giller
POLSKI TEATR – TEATRO POLONÊS
A República da Polônia declarou 2015 como o Ano do Teatro polonês, em
comemoração aos 250 anos de existência do teatro público naquele país, a partir
da fundação do Teatro Nacional de Varsóvia, o quarto mais antigo criado na
Europa. Além disso, neste ano também se comemoram os 130 anos de nascimento de
Stanisław Ignacy Witkiewicz, conhecido como “Witkacy”, e os 100 anos de
nascimento de Tadeusz Kantor, ambos artistas e dramaturgos.
Atuando como comentarista da realidade polonesa, o teatro na Polônia
tem desempenhado, ao longo de sua trajetória, um importante papel social e
cultural. Com propostas ousadas e por vezes revolucionárias, característica
peculiar às muitas linguagens artísticas de origem polonesa, o teatro polonês
influenciou o panorama cênico mundial, seja do ponto de vista estético ou
conceitual. Com raízes no período medieval, então com forte caráter religioso,
o teatro polonês começa a mudar já no Renascimento, período onde o mecenato
surge trazendo novas possibilidades às artes cênicas. Do teatro secular em
latim, com origem na Academia de Cracóvia, ao teatro falado em polonês, o Polski
Teatr se transforma e utiliza os usos e costumes da sociedade polonesa
como tema e com isso passa a ser bastante apreciado.
Num salto na cronologia do teatro, que você poderá conhecer em detalhes
visitando essa exposição inédita no Brasil, destacamos que ao longo do século
XX, o teatro polonês sofreu as consequências de eventos dramáticos como as duas
grandes guerras e as diversas lutas pela liberdade e soberania do país,
decorrentes da perda de autonomia política em períodos de dominação alemã ou
soviética. As adversidades sofridas nos diferentes períodos históricos
resultaram numa considerável variedade de manifestações teatrais de qualidade,
muitas delas provenientes de movimentos clandestinos, os quais resultaram não
raro no rompimento de convenções e estereótipos.
Nomes como Józef Bielawski (1739-1809), Wojciech Bogusławski
(1757-1829), Aleksander Fredro (1793-1876), Stanisław Wyspiański (1869-1907),
Leon Schiller (1887-1954), Stanisław Ignacy Witkiewicz, ou Witkacy (1885-1939),
Sławomir Mrożek (1930-2013), Tadeusz Różewicz (1921-2014), Jerzy Marian
Grotowski (1933-1999), Tadeusz Kantor (1915-1990), Kazimierz Dejmek
(1924-2002), Józef Szajna (1922-2008), Adam Hanuszkiewicz (1924-2011), Jerzy
Grzegorzewski (1939-2005), Henryk Tomaszewski (1919-2001), Jerzy Jarocki
(1929-2012), Krystian Lupa (1943- ), Grzegorz Jarzyna (1968- ), Krzystof
Warlikowski (1962- ) e Agnieszka Glińska (1968- ), fazem parte da trajetória
do Polski Teatr, com destaque para Tadeusz Morozowicz (1900-1982), que
após uma primeira visita ao Brasil em 1926, quando atuava como coreógrafo e
solista junto ao Teatro Lírico de Milão, voltou ao país logo depois, vindo a se
estabelecer em Curitiba. Apoiado pela Sociedade Polonesa da cidade fundou o
Grupo de Teatro Amador (ZAZ), que funcionou até o decreto de nacionalização de
Getúlio Vargas, em 1938, o qual proibiu qualquer manifestação em língua
estrangeira e posteriormente, em 1927, fundou o Ballet Thalia e no ano seguinte,
o Grupo Folclórico Polonês do Paraná. A participação ativa no movimento
artístico e cultural paranaense seja com projetos voltados ao público de
poloneses e descendentes, seja nas atividades de dança para o público em geral,
perdurou até a sua morte, na década de 1980.
O contexto de guerra trouxe também ao Brasil em 1941 o polonês Zbigniew
Ziembiński (1908-1978). Considerado um dos fundadores do teatro brasileiro
moderno e trazendo consigo uma bagagem sólida de formação, a qual incluía
participação em diversos projetos teatrais no contexto polonês, Zimba, como
ficou carinhosamente conhecido pelos brasileiros, integrou-se ao meio cultural
e teatral do Rio de Janeiro desde sua chegada. Mesmo sem ter conhecimento
inicialmente do idioma português, uniu-se aos artistas da companhia amadora “Os
Comediantes”, aceitando o convite para dirigir algumas peças. A montagem em
1943 de “Vestido de Noiva”, de autoria de Nelson Rodrigues, marcou época por
introduzir a noção do diretor de teatro como aquele que concebe a cena
esteticamente, substituindo a ideia do diretor como ensaiador, como era comum
até então nos meios brasileiros. Dedicando-se ao repertório de língua
portuguesa, foi responsável por levar à Polônia, na década de 1960, obras de
autoria de Nelson Rodrigues e Jorge Amado.
Com reprodução de fotos e documentos, esta exposição é uma excelente
oportunidade para conhecer um pouco mais sobre o teatro polonês no mundo, com
um recorte especial para a contribuição do povo polonês, através de seus
imigrantes.
A exposição Polski Teatr / Teatro Polonês, com curadoria
de Dulce Osinski e Everly Giller, é uma realização da Casa
da Cultura Polônia Brasil e do Consulado Geral da Polônia em Curitiba
juntamente com o Programa de Pós-graduação em Teatro (PPGT/UDESC) e
Programa de Extensão Imagens Cênicas (DAC/UDESC).
SERVIÇO
Exposição: Polski Teatr - Teatro Polonês
Abertura pela Coordenadora do PPGT Dra. Fátima Costa de Lima, e pela
Vice-presidente da Casa da Cultura Polônia Brasil Doutoranda Mari Ines
Piekas
Data: 23 de agosto de 2016, terça-feira
Horário: 13h30
Local: Hall do Bloco Amarelo, Centro de Artes - Universidade
do Estado de Santa Catarina.
Av. Madre Benvenuta, 2007 - Itacorubi - Florianópolis - SC
Período expositivo: de 23 de agosto a 12 de setembro
Classificação: Aberto a todos os públicos
Mesa redonda: "Imagens e Memórias sobre o Teatro
Polonês"
Data: 23 de agosto de 2016, terça-feira
Horário: 14h00
Local: Auditório do Bloco Amarelo, Centro de Artes, Universidade
do Estado de Santa Catarina.
O Programa de Pós-graduação em Teatro (PPGT/UDESC) propõe um diálogo
entre artistas e pesquisadores/as brasilieiros/as e a exposição POLSKI TEATR –
TEATRO POLONÊS. A mesa reflete sobre o impacto na produção teatral
brasileira das imagens históricas de atores, atrizes e encenações polonesas do
século XX. Um grupo de convidados responde às seguintes perguntas iniciais:
Como o teatro feito na Polônia chegou até você? Quais são as suas memórias
sobre o teatro polonês? Uma conversa de rememorações e reflexões entre a atriz
Margarida Baird, e os professores Dr. Nini Beltrame, Dr. José Ronaldo Faleiro,
e Dr. Marcelo Paiva sobre como o teatro brasileiro a partir dos anos 1970
receberam e perceberam o POLSKI TEATR.
Convidados:
Margarida Baird (Atriz e Diretora do Círculo Artístico Teodora)
Dr. José Ronaldo Faleiro (Programa de Pós-Graduação em Teatro -- PPGT/UDESC)
Dr. Nini Beltrame (Editor da Móin-Móin: Revista de Estudos sobre Teatro de
Formas Animadas)
Dr. Marcelo Paiva de Souza (Departamento de Polonês, Alemão e Letras Clássicas
- UFPR)
Realização: Casa da Cultura Polônia Brasil; Consulado Geral
da Polônia em Curitiba; Programa de Pós-graduação em Teatro (PPGT/UDESC);
Programa de Extensão Imagens Cênicas (DAC/UDESC);
Apoio: Sociedade Polono Brasileira Tadeusz Kosciuszko; Braspol; Núcleo
de Comunicação (CEART/UDESC); Projeto de Extensão Banco de Dados e Imagens
Cênicas (DAC/UDESC).
Informações e horário de visitação: de segunda à sexta-feira de
8h00 as 21h00
ou pelo telefone: Programa de Pós-graduação em Teatro (48)
3664-8353
ENTRADA FRANCA
Casa da Cultura Polônia Brasil
E-mail: contato@poloniabrasil.org.br
55 41 3088 0708
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